Sob certa ótica, ignorar a realidade e viver a fantasia torna as coisas muito mais fáceis. Aquilo que os olhos não veem, a alma não almeja, o coração não sente. Com horizontes limitados os objetivos ficam muito mais fáceis de serem atingidos. Porém, a facilidade e superficial alegria cobram seu preço e geram situações inusitadas.
Há pouco nossa República passava pela euforia de crescimento sem paralelo, o mundo reportava que ‘‘O gigante acordou’’ e enquanto a massa era mantida desinformada pela grande mídia, (ao seu preço) nos bastidores verdadeiros absurdos eram cometidos exatamente por aqueles até então venerados.
Acenderam as luzes, ficou clara a incompetência do grupo que esteve no poder por 14 anos, administrando ‘‘no cartão de crédito’’, deixando aos sucessores dívidas impagáveis. Soube-se dos desvios, endêmica e sistematizada corrupção, apoio ilegal a simpatizantes políticos e ditadores, e o pior, a tentativa de instalar o estado totalitário. Tornaram impraticável a burocracia, eram presença política em todos os meios possíveis, ausente alternância real de poder, o Estado foi direcionado para o Estado e não para o cidadão. Atentaram contra a família, religião, costumes. Nos meios acadêmicos, fizeram o possível para planificar construção ideológica, desvirtuando o real objetivo universitário. Tudo levava a instauração do totalitarismo, fomos salvos não pela grande mídia e sim novas tecnologias.
De fato, era mais fácil seguir na ignorância, quando só noticiavam boas novas, mas não há como seguir no sonho, cedo ou tarde vem o alvorecer, e ao abrirmos nossas janelas enxergamos algo muito diferente do noticiado. Bem melhor a amarga verdade da sabedoria que doce mentira da ignorância.
ANAX COLUNISTA
Anaximandro Zambonatto Pezzin, empresário e Advogado em Erechim RS, pos Graduacoes em Gestão Cooperativa e Direito da Empresa e do Consumidor.
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