Depois que até o prefeito Itacir Hochmann se afastou das atividades e cumpre quarentena por causa do coronavírus, o município de Benjamim Constant do Sul vai paralisar todas as atividades a partir desta quinta-feira(21), quando começa valer o decreto de lockdown, assinado pelo vice-prefeito Ari José Gasparetto. A decisão foi tomada depois de uma consulta ao Ministério Público na Comarca de São Valentim na manhã desta quarta-feira(20).
Benjamim Constant do Sul tem cerca de 2.300 habitantes e metade dessa população está concentrada na Reserva Indígena do Votouro. A secretária de Saúde do município, Natalie Nazari, explica que a grande preocupação é com a comunidade indígena, devido a cultura diferente dessa população e a vulnerabilidade potencial. "O vírus está solto aqui e se espalhando rapidamente. Não podemos correr o risco do coronavírus atingir a comunidade indígena, isso seria o caos para nós", diz Natalie.
Ainda segundo a secretária de Saúde, o promotor de Justiça da Comarca de São Valentim aconselhou o decreto imediato e com duração mínima de 15 dias, como forma de prevenir o surgimento de mais casos. Mais de 20 pessoas estão sendo monitoradas, a maioria teve algum tipo de contato com a equipe da área de saúde do município. Natalie Nazari lembrou que a zeladora da UBS, já havia se recuperado da doença e isso só soube com o resultado do exame.
Lockdown é a versão mais rígida do distanciamento social e quando a recomendação se torna obrigatória. É uma imposição do Estado que significa bloqueio total. No cenário pandêmico, essa medida é a mais rigorosa a ser tomada e serve para desacelerar a propagação do novo Coronavírus, visto que, as medidas de isolamento social e de quarentena não foram suficientes e os casos aumentam diariamente.
Consiste em restringir a circulação da população em lugares públicos, permitindo apenas, e de forma limitada, para questões essenciais, como ir à farmácias, supermercados ou hospitais. O descumprimento dessa regra pode acarretar multas e em toque de recolher, dependendo do governo local.
Esses termos se tornaram parte do nosso dia a dia e podem gerar certas dúvidas quanto aos seus significados. Apesar de terem o mesmo objetivo que é manter as pessoas em casa, essas palavras não são sinônimas.
• Isolamento social: É uma recomendação médica para pessoas que podem ter tido contato com algum paciente infectado ou estão aguardando o resultado de testes (sobre a contaminação pelo novo Coronavírus) ou tenham o diagnóstico confirmado. Nestes casos, é recomendado que se isolem das demais e evitem a propagação da doença. O isolamento pode ser tanto domiciliar quanto hospitalar, dependendo da gravidade de cada caso.
O isolamento é subdividido em dois tipos:
Quarentena: Pessoas que tiveram contato com pacientes contaminados pelo vírus ou estiveram em regiões com surtos da doença, devem se manter em quarentena. A duração da quarentena é determinada de acordo com o período de incubação (tempo em que a doença se manifesta), e pode variar de 1 a 14 dias. O objetivo é observar ao longo dos dias, se a pessoa apresenta algum sintoma e assim controlar a propagação do novo Coronavírus.
Lockdown: É uma medida imposta pelo Estado. Caso o isolamento social e a quarentena não sejam suficientes ou respeitados, o Estado intervém para limitar a circulação da população, o que inclui o fechamento de vias (proibindo deslocamentos não essenciais) e locais públicos e privados.
Como as medidas prévias de isolamento social e quarentena não foram suficientes para reduzir os casos da doença, algumas cidades começam a implementar o lockdown. Dessa forma, buscam achatar a curva de infectados e óbitos, e reduzir o fluxo de pacientes aos hospitais e evitar que o sistema de saúde entre em colapso.
Na prática, o confinamento limita a circulação de pessoas para atividades não essenciais, podendo gerar multas para quem não cumprir a ordem, e toque de recolher em horários pré-estabelecidos.