A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu temporariamente os testes em humanos da vacina chinesa Coronavac. A interrupção aconteceu por causa de um "evento adverso grave", e foi anunciada nesta segunda-feira (9).
Um voluntário dos testes, de 33 anos, morreu. Segundo o diretor do Butantan, Dimas Covas, a morte não ocorreu por causa da vacina.
Essa é uma das candidatas a vacina contra o coronavírus e é desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech em parceria com o Instituto Butantan (São Paulo). Com a interrupção do estudo, nenhum novo voluntário poderá ser vacinado.
Em nota, o Instituto Butantan informou que "foi surpreendido" pela decisão da Anvisa e que está "apurando em detalhes o que houve com o andamento dos estudos clínicos da Coronavac". O instituto ainda informou que está à disposição das autoridades e que, na manhã de terça-feira (10), representantes darão entrevista sobre o tema.
A Anvisa disse, por meio de um comunicado, que foi notificada de um efeito adverso grave em 29 de outubro. A agência não informou, no entanto, a causa específica desta suspensão. São considerados "eventos adversos graves":
Essa é a terceira vacina experimental contra a Covid-19 que teve seus ensaios clínicos suspensos por conta de eventos adversos graves.
Os testes da Coronavac estavam na terceira e última fase. Voluntários que já foram injetados continuarão sendo acompanhados pela equipe de pesquisadores.
O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse que o voluntário que apresentou reação durante os testes da vacina Coronavac morreu, mas que o óbito não teria relação com a vacina. À TV Cultura, Dimas Covas disse ter estranhado a decisão da Anvisa de suspender os testes com o imunizante. "Porque é um óbito não relacionado à vacina. Ou seja, como são mais de 10 mil voluntários nesse momento, podem acontecer mortes, pode ter um acidente de trânsito e morrer. E é o caso aqui. Ocorreu um óbito que não tem relação com a vacina", disse.