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Reprodução / Facebook
Segurança

Caso Rafael: MP denuncia mãe de por homicídio doloso e outros três crimes contra filho

Alexandra Dougokenski se tornou ré pela morte de Rafael Mateus Winques, em Planalto.

GZH
por  GZH
10/07/2020 16:47 – atualizado há 3 anos
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Alexandra Dougokenski, 33 anos, responderá por homicídio doloso, quando há intenção de matar, pelo assassinato do filho Rafael Mateus Winques, 11 anos, em 15 de maio, em Planalto, no norte do RS. O Ministério Público (MP) apresentou a denúncia, enviada nesta sexta-feira (10) ao Poder judiciário, em coletiva de imprensa por videoconferência. A promotora de Planalto Michele Kufner também denunciou a mãe por ocultação de cadáver, falsidade ideológica e fraude processual.

Divulgação/GZH

O MP indicou quatro qualificadoras para o homicídio doloso: motivo torpe, motivo fútil, asfixia, e dissimulação e recurso que impossibilitou defesa da vítima. Responsável pela denúncia, Michele entendeu que Rafael foi morto enquanto estava dormindo. O inquérito policial, remetido ao Judiciário em 2 de junho, apontava que o menino fora asfixiado enquanto estava acordado.

— Nossa conclusão é que ele estava dormindo no momento em que foi morto pela mãe. Se o Rafael tivesse acordado, teria tentado esboçar alguma reação. O que é o normal, um movimento para tentar sair dali. A perícia que foi feita no corpo não encontrou nenhum tipo de defesa dele. Não há nenhum indicativo de que ele tenha se defendido. E não nos parece crível que, vendo a mãe chegar com uma corda, não fosse gritar, chamar por socorro. Com base nisso, concluímos que ele estava desacordado ou dormindo — afirmou Michele.

Durante a coletiva, a promotora disse ter certeza que o crime não contou com a participação de terceiros. Também ressaltou que, ao longo da investigação, Alexandra tentou imputar a culpa em um dos irmãos – tio do garoto – e no pai, Rodrigo Winques.

— Temos convicção de que Alexandra agiu sozinha. Mesmo diante de crime bárbaro e impactante, ela pensava nela em primeiro lugar. Ela queria encontrar uma forma de que a responsabilidade saísse dela e fosse pra outra pessoa. O importante era ela não responsabilizada. Isso demonstra a personalidade dela. Frieza e dissimulação — relatou a promotora.

A denúncia por fraude processual ocorre porque em 23 de maio, quando ainda não havia admitido, em primeira versão, a morte do filho, Alexandra chamou um policial até sua casa para mostrar que um calendário estava com a data de 14 de maio circulada. A data coincide com a noite em que o menino desapareceu.

— Ela chamou um inspetor da polícia na casa dela, dando indicativo de que Rafael poderia ter assinalado aquela data sugestionando uma fuga. Isso aconteceu no sábado anterior à localização do corpo e demonstra como ela tentou inovar durante a investigação, trazendo elementos que ela sabia que não eram verídicos, com intuito de atrapalhar o trabalho da polícia — argumenta Michele.

Segundo a promotora, o somatório da pena mínima dos crimes atribuídos à mãe pode fazer Alexandra pegar pelo menos 14 anos e meio de detenção. A condenação máxima, somando todos os agravantes e qualificadoras, pode chegar a 42 anos de reclusão.

— É uma pessoa indiferente, que se satisfaz com a dor do outro. Pessoa preocupada com a dominação, é altamente sedutora porque conta várias versões a hora que quer. Tem um estilo de vida parasitário — afirmou o coordenador do Núcleo de Inteligência do MP, promotor Marcelo Tubino.

Contraponto

Em nota, a Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul, por meio do defensor público e dirigente do Núcleo de Defesa Criminal Andrey Régis de Melo, informa que a instituição aguardará o recebimento da denúncia do Ministério Público e a citação. A Defensoria salientou que ainda não foi possível conversar com a investigada sobre detalhes do caso penal, já que ela se encontra, desde 29 de junho, internada em um hospital da Grande Porto Alegre para tratamento de saúde.

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