Receba as notícias mais importantes do dia no WhatsApp. Receba de graça as notícias mais importantes do dia no seu WhatsApp.
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
Agro

Estiagem já afeta produção de leite e preocupa produtores do Estado

Clima quente deve reduzir em 60% silagem do milho, que serve como alimento para vaca.

Correio do Povo
por  Correio do Povo
09/01/2020 22:12 – atualizado há 3 anos
Continua depois da publicidadePublicidade

A estiagem que atinge diferentes setores econômicos do Rio Grande do Sul desde o final de 2019 também trará impactos na produção de leite. 

De acordo com o presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), Marcos Tang, de 50 mil quilos de silagem de milho que se produz por hectare em cada safra, neste verão, o potencial será reduzido a no máximo 20 mil. “Quando acabar nosso estoque, o que eu vou dar para a vaca comer?”, questiona Tang.

Isso porque a silagem do milho consiste na moagem de toda a planta para servir de alimento. Cada vaca em semiconfinamento come até 30 quilos da composição por dia. Por isso, Tang garante: “É a silagem que ‘acaba’ com a fome do animal”.

Além de haver menor quantidade, produtores de várias regiões do Estado estão colhendo folhagens sem o grão ou com baixa qualidade. Na propriedade de Paulo Ferraboli, em Anta Gorda, no Vale do Taquari, de 45 hectares de milho plantados, 30 já foram colhidos sem nenhum grão. A sua plantação de erva-mate também está sendo prejudicada. “Se não chover nos próximos dias, o resto irá morrer”, teme o filho do agricultor, Diogo Ferraboli.

Estiagem deverá acarretar problemas por até dois anos
Como a irrigação é muito cara, muitos produtores estão refazendo seus planejamentos. Segundo o dirigente, há aqueles que insistirão na produção: “Devem colher o milho do jeito que está, plantar de novo e fazer uma ‘safrinha’ para ensilar novamente”, esclarece.

Há também agricultores que estão se reunindo para recorrer a linhas de crédito. Mas, para os Ferraboli, a situação é alarmante: “Estamos correndo risco de ter que vender os animais por falta de comida. Com certeza, essa foi uma das piores estiagens que já vimos”, afirma Diogo. Como a silagem é feita ao final de uma safra, Tang prevê que o problema se estenda por dois anos.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE