A Boeing divulgou na quinta-feira (9) mensagens internas de funcionários com comentários críticos sobre o desenvolvimento da aeronave 737 MAX, modelo de aviões de dois acidentes aéreos que mataram 346 pessoas na Etiópia e na Indonésia. A aeronave é diferente da que caiu nesta quarta-feira (10) no Irã.
Os diálogos sobre o Boeing 737 MAX aconteceram em e-mails e mensagens instantâneas e incluem diálogos que diziam que o avião foi "projetado por palhaços e supervisionado por macacos". O conteúdo foi reproduzido pela agência Reuters e pelo jornal "The New York Times".
O Boeing 737 MAX está proibido de voar em todo o mundo depois dos acidentes na Etiópia e na Indonésia. O modelo, que era o mais vendido da companhia, teve sua produção interrompida neste mês.
As conversas foram enviadas pela própria Boeing para o Congresso dos Estados Unidos e para a agência reguladora dos EUA (FAA, na sigla em inglês). Segundo a Reuters, a fabricante justificou a divulgação das mensagens como parte do "compromisso com a transparência". A Boeing afirmou ainda que os diálogos não representam a empresa e são "completamente inaceitáveis". Não está claro como ela teve acesso ao conteúdo.
Segundo a Reuters, nas centenas de mensagens de textos e e-mails divulgadas pela Boeing, os funcionários ridicularizam a aeronave e zombam da FAA. Os empregados não foram identificados.
Em 8 de fevereiro de 2018, quando o avião estava no ar e 8 meses antes do primeiro acidente fatal, um funcionário pergunta a outro:
"Você colocaria sua família em um simulador do MAX?"
O outro empregado responde:
"Eu não."
Segundo a Reuters, funcionários da Boeing também trocaram mensagens com reclamações sobre o 737 MAX após problemas com o computador de gerenciamento de voo. Em uma das conversas, eles dizem:
"Este avião é projetado por palhaços, que por sua vez, são supervisionados por macacos."
O jornal The New York Times divulgou outra mensagem em que um empregado da Boeing diz:
"Eu não fui perdoado por Deus pelo que eu acobertei ano passado."