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Segurança

Luiz Alves, a capital da banana e dos acidentes aéreos em SC

Em reportagem publicada nesta terça-feira(19), o Jornal de SC, editado em Blumenau, fala de uma história de tragédia para a aviação, principalmente do setor agrícola.

Jornalde SC
por  Jornalde SC
19/05/2020 23:26 – atualizado há 3 anos
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Os anos de 2012, 2016, 2019 e 2020 têm algo em comum para a pequena cidade de Luiz Alves, no Vale do Itajaí: em todos esses períodos houve acidentes com pequenos aviões no município, um dos principais produtores de banana no Estado. O último foi na sexta-feira passada (15), quando um monomotor utilizado para pulverizar agrotóxicos caiu em uma plantação. O piloto não se feriu.

O primeiro caso foi em 29 de fevereiro de 2012 e também envolveu um avião usado para dispersar veneno no bananal, na região do bairro Serrinha. Assim como no caso da última semana, o piloto deixou a aeronave andando e não teve ferimentos.

O segundo, duas semanas depois, também em 2012, foi mais grave. Um monomotor do Aeroclube de Blumenau caiu em um pasto próximo ao Corpo de Bombeiros da cidade. O instrutor de voo e o piloto, na época, tiveram ferimentos graves e foram levados ao Hospital Marieta Konder Borhnhausen, em Itajaí.

Piloto morreu após colisão de aviões em 2016

Há quatro anos, em 30 de março, um desses acidentes envolveu uma colisão entre dois aviões agrícolas no ar, o que terminou com a morte de Edson Lisboa, 52 anos, piloto de um dos monomotores. Quem estava no comando do outro que se chocou no ar era Sérgio Roberto Mendonça, que relatou ao Santa, na época, que mesmo sem hélice conseguiu fazer um pouso forçado.

No ano passado, mais um acidente: em 8 de março, um avião de pequeno porte que sobrevoava uma área de mata no Rio Canoas caiu por volta das 9h. O piloto saiu sem ferimentos graves e procurou uma unidade de saúde por conta própria, antes mesmo da chegada dos bombeiros.

Esse último acidente, de 15 de maio de 2020, já está sendo investigado pelo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa). Os investigadores estão coletando o máximo de informações possíveis no entorno do local da queda da aeronave. Essa é a chamada “primeira fase” do processo que pretende entender o porquê da ocorrência que assustou moradores da cidade.

"Dois tipos de investigação"

A segunda fase deve iniciar ainda neste mês de maio, explica o capitão Almeida, da Seripa 5 — que cobre os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. É o momento em que se inicia a análise das informações e que não tem prazo para terminar. Ao final desse processo, é emitido um documento ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), que avalia a minuta e torna o material público.

— Existem dois tipos de investigação: um dos sistemas de prevenção e outro da polícia. A nossa [da Seripa] busca prevenir casos e tenta encontrar fatores que contribuíram ou influenciaram no acidente. Buscamos o maior número de hipóteses, para prevenir que ocorrências como aquela ou similares voltem a acontecer. Já o outro tipo, da polícia, seja local ou federal, busca identificar e indiciar culpados — explica o capitão Almeida.

Fiscalização é responsabilidade da Anac

A investigação desses aviões é de responsabilidade da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A reportagem questionou como funcionam os protocolos de fiscalização, e a agência respondeu que “trabalha com conceitos preventivos de mitigação de riscos, obtida por meio de ações de vigilância continuada e de monitoramento das operações”.

A Anac ainda complementou dizendo que as fiscalizações ocorrem de três formas: programada, não programada e a partir de denúncias que podem ser feitas pelo telefone 163.

Terreno em plantações de banana é fator de risco

Especialista e palestrante em aviação agrícola, o tenente-coronel aviador, Luís Renato Horta de Castro, aponta que o terreno acidentado em plantações de banana é fator de risco para acidentes aéreos.

— A aviação agrícola em plantações de banana possui uma particularidade. Em outras plantações o terreno normalmente é plano, enquanto a de banana normalmente é um terreno acidentado, com morros e encostas. Os aviões precisam voar muito próximo ao solo para pulverizar, então há esse risco — disse, em 2016, à reportagem.

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