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Cidade

Morre aos 84 anos o ex-presidente da Câmara dos Deputados Ibsen Pinheiro

Um dos principais nomes do MDB no Rio Grande do Sul, ele comandou a casa legislativa federal entre 1991 e 1993

GaúchaZH
por  GaúchaZH
24/01/2020 23:33 – atualizado há 3 anos
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O ex-deputado federal Ibsen Pinheiro morreu na noite desta sexta -feira (24), aos 84 anos. Ele realizava um tratamento de saúde, passou mal, teve parada respiratória e morreu por volta das 21h, de acordo com a sua assessoria.

Nascido em São Borja em 5 de julho de 1935, Ibsen foi presidente da Câmara dos Deputados entre 1991 e 1993, durante o governo Collor. Foi também presidente do PMDB do Estado, deputado estadual e vereador.

É conhecido ainda pela sua atuação como jornalista, procurador de justiça, promotor, advogado e ex-dirigente do Sport Club Internacional.

Início da carreira

Ibsen começou a sua carreira como jornalista, trabalhando na Prefeitura de Porto Alegre entre os anos de 1959 e 1960. Durante a década de 1960, trabalhou na Rádio Gaúcha e no jornal Zero Hora, escrevendo principalmente artigos sobre esporte.

Em 1969, chegou pela primeira vez à vice-presidência do Internacional, em um grupo chamado "os mandarins", que ficou na história do clube por liderar uma era de conquistas que culminou com os títulos do Campeonato Brasileiro em 1975, 1976 e 1979.

Ibsen retornou aos microfones da Rádio Gaúcha em 1971. Na década de 1970, foi membro também do programa Sala de Redação, então apresentado por Cândido Norberto.

Ingresso na política

Ibsen foi eleito pela primeira vez em 1976, assumindo o cargo de vereador de Porto Alegre pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Conhecido por sua verve e sua qualidade no discurso, ele logo começou a despontar, se elegendo deputado estadual em 1978 e deputado federal em 1983. Ele se reelegeu em 1986, participando da construção da Constituição de 1988.

Atuação parlamentar

No início da década de 1990, Ibsen Pinheiro foi um dos nomes mais importantes da polícia nacional. Presidiu a Câmara dos Deputados durante o mandato de Fernando Collor de Mello, entre 1991 e 1993, sendo responsável pela instalação da primeira Comissão Parlamentar de Inquérito que deu origem ao processo de impeachment.

A partir de agosto de 1992, baseado nos resultados da CPI, Ibsen começou os trabalhos para a instauração do processo que iria decidir sobre o afastamento ou não de Collor. No início de setembro, Ibsen recebeu em ato solene na Câmara o presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Barbosa Lima Sobrinho, e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcelo Lavanère, que lhe entregaram o pedido oficial de afastamento de Collor, para ser julgado por corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, peculato, tráfico de influência, enriquecimento ilícito e sonegação fiscal pela Justiça comum, e ainda por crime de responsabilidade pelo Senado.

No mesmo mês, conseguiu outra vitória ao estabelecer, com a autorização do STF, que a votação do pedido de abertura do processo de impeachment seria aberta e nominal, sendo necessários 336 votos para a sua aprovação. Buscando dar rapidez ao processo, reuniu-se com os líderes dos partidos, a fim de marcar a data de votação na Câmara.

No dia 29 de setembro de 1992, Collor foi afastado de suas funções por 441 votos, assumindo interinamente a presidência no dia 2 de outubro o vice Itamar Franco. Com isso, Ibsen tornou-se, como presidente da Câmara, o substituto de Itamar Franco em caso de nova vacância na presidência da República ou quando o novo chefe do Executivo precisasse se ausentar da função. Sua atuação no processo que culminou no afastamento de Collor deu-lhe ainda mais prestígio junto à opinião pública e no PMDB.

Repercussão

— Foi absolutamente fundamental e decisivo, colocou sua inteligencia e articulação a favor da construção da democracia no país — afirmou o ex-prefeito de Porto Alegre, José Fogaça. — Ele instituiu os caminhos para hoje termos uma democracia que funciona, que resiste, isso é graças a um modelo institucional do qual Ibsen foi um dos operários. É um patrono de nossa história, nosso passado política.

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