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A equipe do Hospital São Lucas da PUCRS aplicou, às 11h13min deste sábado, a primeira vacina contra o coronavírus no Rio Grande do Sul. Os primeiros voluntários começaram hoje a receber a imunização da farmacêutica chinesa Sinovac, desenvolvida em parceria com o Instituto Butantan. No primeiro momento, dez profissionais da saúde, que fazem o combate direto à Covid-19, receberão as primeiras doses do imunizante contra o coronavírus. O primeiro dia de vacinação vai contar com voluntários dos Hospitais Vila Nova, Ernesto Dornelles, Conceição e Clínicas.
Um grupo de cerca de 20 de profissionais do São Lucas, entre farmacêuticos, enfermeiros, biólogos e médicos infectologistas, vai conduzir o experimento. “O primeiro voluntário acabou de receber a primeira dose da vacina. Espero que a gente consiga vencer e que os dados comprovem os estudos iniciais para termos uma vacina segura e eficaz para que ela possa chegar o mais rápido possível para à população”, destacou o médico infectologista Fabiano Ramos, líder do estudo e chefe do Serviço de Infectologia da instituição.
Ramos salienta que os cientistas seguem completamente focados para disponibilizar as vacinas no começo de 2021. Ao longo dos próximos dois meses, eles receberão os voluntários selecionados na capital e cidades da região metropolitana para um processo que envolve entrevista técnica, checagem de requisitos, orientações gerais e, por fim, a aplicação da vacina, que vai ser aplicada duas vezes em 14 dias. O acompanhamento dos 852 voluntários escolhidos, no entanto, se estende até o fim de 2021.
No começo de julho, o Hospital São Lucas formalizou o contrato para testagem da dose, oficializando a unidade hospitalar como um dos 12 centros, de seis estados do país, que farão os testes clínicos da vacina. Ao todo, serão nove mil voluntários em todo o Brasil.
O centro da PUCRS é especializado na condução de ensaios clínicos utilizados para validar a eficácia e segurança de novos fármacos, medicamentos, vacinas e testes antes que cheguem ao mercado. Atualmente, o complexo soma mais de 200 estudos em andamento. O hospital ainda aguarda os desdobramentos e orientações do Instituto Butantan para realização das testagens da vacina.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o processo. Conforme protocolo, metade dos voluntários vai receber a vacina e a outra um placebo, uma mistura sem efeito.
O Instituto Butantan, em parceria com a Sinovac Biotech, começou a adaptar uma fábrica para a produção da vacina. A capacidade de produção é de até 100 milhões de doses. Se a dose for efetiva, o Instituto Butantan vai receber da Sinovac, até o fim do ano, 60 milhões de unidades para distribuição.
