O relatório do especialista da ONU responsável pela proteção à liberdade religiosa, Ahmed Shaheed, defende a pauta progressista do aborto e dos “novos” direitos baseados na ideologia de gênero.
Parece que a ONU está disposta a tirar direitos dos mais vulneráveis e manchar a credibilidade dos direitos humanos universais a fim de promover os valores de uns poucos países ricos — mudança à qual a administração Trump deveria se opor.
"O relatório do infame Conselho de Direitos Humanos da ONU tira o poder de mulheres e meninas envolvendo os temas ligados a elas em afirmações novas baseadas na orientação sexual e na identidade de gênero. O relatório inclui uma interpretação controversa da “igualdade de gênero” que promove a aceitação da ideologia de gênero e o conceito “identidades de gênero” múltiplas e fluidas.
Antigamente, “igualdade de gênero” era um termo que se referia apenas à diminuição das desigualdades enfrentadas pelas mulheres. Mas os burocratas da ONU começaram a tentar redefinir o gênero a fim de incluir a “identidade de gênero”, isto é, as mulheres que se identificam como homens e os homens que se identificam como mulheres.
Em alguns países, a criação de novos direitos baseados na identidade de gênero tem reduzido a segurança e privacidade das mulheres e meninas em lugares como abrigos, prisões e banheiros públicos. Esses direitos novos também diminui as oportunidades de elas se destacarem no esporte ao obrigá-las a competirem contra homens biológicos.
Ao se ater à promoção do aborto e dos direitos dos LGBTQ, o relatório da ONU ignora problemas urgentes e sérios que as mulheres e meninas do mundo todo enfrentam. As mulheres são 52% das vítimas de tráfico humano, mas o relatório não menciona isso, assim como não menciona o trabalho de grupos religiosos para combater essa tragédia.
Oitenta por cento da população mundial enfrenta restrições à liberdade religiosa, e muitas dessas vítimas são mulheres. Mas o relatório é superficial quanto a essa questão.
"Em assuntos sobre os quais não há tratados, os burocratas da ONU deveriam respeitar a soberania e a liberdade dos estados membros de firmarem suas próprias leis. Quando um novo direito é estabelecido, ele deve ser analisado a fim de se descobrir se ele viola algum direito humano fundamental. Depois disso, há um processo no qual cada estado membro debate e vota sobre o assunto.
O desprezo a esse processo desvaloriza o voto dos estados membros, sobretudo dos países menores e mais pobres. Essa postura dá margem à crítica de que os direitos humanos são apenas um pretexto para impor valores ocidentais. A Santa Sé apontou isso, chamando o relatório de “um instrumento de colonização ideológica”.
A administração Trump tem tomado medidas ousadas para proteger os direitos humanos, como dar voz a mulheres que sobreviveram ao genocídio promovido pelo Estado Islâmico, Boko Haram e Holocausto. Ao realizar duas conferências sobre a proteção da liberdade religiosa, os Estados Unidos também criaram importantes alianças multilaterais.
Essas alianças podem ser úteis na proteção desse direito humano fundamental, inclusive para mulheres e meninas. Os burocratas da ONU deveriam ser parceiros nesse esforço, e não adversários.
Mas, para que isso aconteça, os Estados Unidos e países aliados têm exigir que os burocratas da ONU protejam os direitos humanos de acordo com os textos dos tratados, e não criando empecilhos para que esse objetivo se cumpra.