Morreu nesta quarta-feira (15) no Rio, aos 94 anos, o escritor Rubem Fonseca, autor de contos icônicos da literatura brasileira como Feliz Ano Novo e O Cobrador, além de romances como Agosto. Segundo o Hospital Samaritano de Botafogo, na zona sul carioca, Fonseca morreu em decorrência de uma parada cardíaca.
Conhecido por sua reclusão, o autor marcou época na literatura brasileira principalmente no gênero policial, com uma escrita marcada por uma crítica social aguda e personagens explicitamente violentos. Suas obras misturavam elementos da realidade, personagens históricos e a vivência do mundo policial com personagens marginalizados. Entre suas obras mais famosas estão Bufo e Spallanzani, O Caso Morel, Romance Negro, A Grande Arte e Lúcia McCartney.
Fonseca foi agraciado várias vezes com o Prêmio Jabuti e, em 2003, recebeu o prêmio Camões, o mais importante da literatura em língua portuguesa, pelo conjunto da obra.
Mineiro de Juiz de Fora, Rubem Fonseca nasceu no dia 11 de maio de 1925. Na infância, passou a morar no Rio de Janeiro. Formou-se na escola de Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade do Brasil, atual UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Entre 1952 e 1958, foi comissário de polícia. Pela corporação, estudou Administração e Comunicação nas cidades americanas de Boston e Nova York.
De volta ao Brasil, Fonseca passou a se dedicar exclusivamente à literatura. Em 1967, escreveu críticas cinematográficas para a revista Veja. Ao longo da carreira, seus textos foram adaptados para o cinema e a televisão.