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Ciência

Rússia anuncia sucesso de testes com vacina para a Covid-19

Pesquisa ainda está em fase inicial de ensaios clínicos, segundo Organização Mundial da Saúde. Autoridades do país, no entanto, planejam distribuir doses do imunizante já em agosto.

UOL
por  UOL
13/07/2020 16:53 – atualizado há 3 anos
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A Rússia anunciou nesta segunda-feira (13) a conclusão de ensaios clínicos de uma vacina contra o novo coronavírus desenvolvida no país. De acordo com a agência de notícias estatal TASS, a pesquisa confirmou que o composto é eficaz e seguro para imunizar pacientes contra a Covid-19.

O estudo é conduzido pelo Centro Nacional de Pesquisa para Epidemiologia e Microbiologia em parceria com a Universidade de Sechenov, localizada em Moscou. Os ensaios clínicos envolveram 38 voluntários, dos quais 18 receberam doses da substância no dia 18 de julho, e outros 23 foram submetidos à injeção no dia 23.

Todos os participantes foram mantidos em isolamento como forma de prevenção a outras infecções. O primeiro grupo deve receber alta na quarta-feira (15) e o outro grupo no dia 20 de junho. Depois da liberação, os voluntários ainda serão monitorados por mais seis meses.

Segundo o UOL, o Ministério da Saúde da Rússia ainda pretende concluir testes bioquímicos da vacina até setembro. Em maio, durante entrevista a uma emissora de rádio, o diretor do Centro Nacional de Pesquisa para Epidemiologia e Microbiologia, Alexander Gintsburg, afirmou que a vacina poderia entrar em circulação já em agosto. O início da produção em massa do composto está previsto para setembro.

Duas frentes

A mesma vacina também é testada em outra frente, liderada pelo Ministério da Defesa russo. Um artigo da TASS publicado na sexta-feira (10) informa que os ensaios conduzidos por militares também apresentaram resultados positivos e o composto agora deve prosseguir para o "estágio final" de experimentos, que será iniciado nesta segunda (13) e envolverá um grupo de voluntários formados por civis.

Os primeiros ensaios foram realizados com 50 militares, incluindo dez médicos. O estudo também envolveu dois grupos de participantes que receberam doses em datas distintas. "Seguindo protocolos de pesquisas, os voluntários foram submetidos regularmente a testes de anticorpos e imunidade mediada por células", afirmou o ministério.

Reprodução

Etapas de testes de vacinas

Embora o governo russo pretenda iniciar a distribuição em agosto, segundo o Valor Investe, uma lista da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que a vacina desenvolvida no país ainda está na fase 1 de ensaios clínicos. O processo de testes até a aprovação e distribuição de um imunizante contempla três etapas de escalas e metodologias distintas.

Na primeira fase são conduzidos testes com menos de cem voluntários com a finalidade de atestar a segurança do composto, assim como observar possíveis efeitos colaterais e medir a dosagem adequada de aplicação.

A segunda etapa envolve um grupo maior de participantes e estudos randomizados, em que parte dos voluntários recebe o composto de fato e outra recebe placebo. A ideia é observar se a vacina realmente produz os anticorpos esperados e tem potencial para imunizar os pacientes contra o agente infeccioso.

Já a terceira e última fase conta com milhares de pacientes e busca apontar se a vacina testada é realmente eficaz para imunizar a população em massa. Nesta etapa, pesquisas aderem à metodologia de duplo-cego, em que nem médicos, nem voluntários sabem quem recebeu de fato a vacina ou o placebo. Trata-se da etapa mais demorada do processo de aprovação e pode levar meses ou anos até ser concluída.

Atualmente, apenas a vacina desenvolvida pela Universidade Oxford, no Reino Unido, em parceria com o grupo farmacêutico AstraZeneca, encontra-se neste estágio. A previsão de pesquisadores é disponibilizar a vacina britânica em setembro.

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