Uma dúvida incomoda o trade turístico em Santa Catarina: quantos argentinos resistirão à crise e às restrições, e chegarão ao Litoral nas próximas semanas. A queda em relação a anos anteriores já era esperada, devido à crise econômica no país vizinho, que já teve efeito no verão de 2019. Mas é a taxação de 30% sobre os gastos no exterior, aprovada pelo país vizinho, potencializou o problema. Entre os empresários do setor, reina a sensação de incerteza. Florianópolis, Balneário Camboriú e Bombinhas – as cidades preferidas dos argentinos em SC – são as mais afetadas.
A expectativa é de redução de até 40% no número de turistas. Para escapar do imposto, visitantes que tinham feito reserva e decidiram pagar antecipado, antes da taxação começar a valer. Outros têm trocado o cartão de crédito pelo dinheiro vivo, para não serem taxados. E a maioria abriu mão das reservas antecipadas, para negociar preços.
Se há menos argentinos viajando na temporada, a expectativa é por visitantes de maior poder aquisitivo. É o “turista-desejo” do trade catarinense. Mas muitos deles deixaram SC de lado e optaram por outros destinos brasileiros neste verão, especialmente o Rio de Janeiro. Entre os motivos está a facilidade de conexão aérea.
O aeroporto de Florianópolis é o único a operar voos regulares para a Agentina neste verão. São 32 voos semanais, operados por quatro companhias, que ligam Santa Catarina a Buenos Aires, Córdoba e Rosário. Na baixa temporada, a frequência cai para 26 mensais, e a Floripa Airport identifica que há necessidade de aumentar a oferta para o ano todo. A concessionária informou que a ampliação de conexões, internas e externas - incluindo Europa, América do Norte e regularidade de voos na América Latina - é um dos focos para 2020. Mas depende de estratégia unificada, agressiva e bem definida entre poder público, aeroporto e trade turístico para gerar demanda.