A fase 2 da vacina do Instituto de Biotecnologia de Pequim contra o coronavírus também foi capaz de criar uma resposta imune nos participantes da pesquisa, segundo estudo divulgado nesta segunda-feira (20). A divulgação acontece no mesmo dia da publicação dos dados das fases 1 e 2 da vacina da Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca, que também foi capaz de produzir uma resposta imune contra o vírus.
O estudo chinês, publicado na revista científica The Lancet, foi randômico, duplo-cego (quando nem os médicos nem os voluntários sabe qual medicamento está sendo administrado), com grupo de controle (que tomou uma versão placebo da vacina) e foi feito com cerca de 500 pessoas saudáveis em Wuhan, província chinesa onde a covid-19 pode ter começado.
Os resultados da pesquisa apontam, também, que a vacina é segura, mas os autores afirmam que nenhum dos participantes foi exposto ao vírus após a vacinação, o que não “pode determinar se a proteção é realmente eficaz contra as infeccções”. A vacina, assim como a da universidade britânica, também faz uso do adenovírus (versão enfraquecida de doenças respiratórias, como resfriados).
Dos 508 participantes, 253 receberam uma dose alta da vacina, 129 uma dose menor e 126 receberam placebo. A maioria tinha entre 18 e 44 anos, 26% tinham entre 44 e 54 e 13% eram mais velhos do que 55 anos. Os pesquisadores afirmam que nenhum efeito colateral foi considerado grave.
95% dos participantes que receberam uma versão mais intensa da vacina demostraram a produção das células T ou de respostas imunes 28 dias após a vacinação. Em 59% das pessoas, a vacina induziu a criação de anticorpos neutralizantes.
Os autores também afirmam que diferentes taxas de imunidade devem ser consideradas pelos países. Não há informação sobre a duração da prevenção no estudo.
A vacina é desenvolvida em parceria com a empresa CanSino Biologics.