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Policiais civis do Departamento de Homicídios anunciaram, nesta terça-feira, que um lança-foguetes antitanque foi encontrado durante a Operação Efeito Colateral. A arma de guerra estava no interior de uma casa, no bairro Hidráulica, em Lajeado, no Vale do Taquari. Foi a primeira apreensão do item no Rio Grande do Sul e a terceira, no Brasil.
O imóvel em que o equipamento foi localizado servia como depósito de armas para uma facção com base no Vale do Sinos. Também foram apreendidos um fuzil .556, de origem israelense, dois revólveres, uma pistola de uso restrito e munições. Não havia mísseis, que são as munições da bazuca, nem criminosos no local da ação.
A suspeita da PC é que o lançador de foguetes seja do Exército Brasileiro, mas a possibilidade de pertencer a tropas em outros países não é descartada. Uma perícia, feita por militares, vai determinar a origem da arma e se alguma vez já foi utilizada.
De acordo com o chefe de Polícia, delegado Fernando Sodré, o lança-mísseis chama atenção para o risco de uma guerra entre traficantes. “A apreensão nos deixa em alerta sobre a possibilidade de ações violentas e da escalada de conflitos entre facções. Agora vamos remeter a arma ao Exército, que vai verificar se está operacional e também rastreará de onde veio. Nosso objetivo é identificar os responsáveis pela aquisição desse armamento”, disse.
A localização da bazuca decorre de investigações da 6ª Delegacia de Homicídios, sob comando do delegado Thiago Carrijo. Ele destaca que o deposito de armas foi encontrado em meio a diligências contra um núcleo da facção, que é investigado por assassinatos em Porto Alegre, Lajeado e em Caxias do Sul, na Serra gaúcha.
“Foram quarenta dias de investigação e , ao observar crimes ocorridos nas três cidades, identificamos pontos em comum com a facção. Isso nos levou até o depósito onde havia armamento. Quanto ao lança-foguetes, poderia ser utilizado contra um grupo rival e até mesmo em ataques a carros-fortes. Vamos identificar e prender os integrantes que eram autorizados pela organização criminosa a ter uma arma dessas”, pontuou Carrijo.
Arma de guerra
O lançador apreendido é do tipo antitanque M72. Criada nos Estados Unidos, em 1963, a tecnologia foi implementada na Guerra do Vietnã.
Ao longo dos anos, o uso da arma foi adotado por outros países, sendo observado em conflitos civis, no Camboja e em Laos, e, recentemente, na guerra entre Rússia e Ucrânia e em confrontos no Oriente Médio, entre outros.
A arma mede pouco mais de um metro e pesa 5,8 quilos. O calibre é 66 milímetros. Os disparados podem atingir distâncias de 25 metros a 1,2 quilômetros, o que permite que combatentes mantenham sua posições ocultas.
Um foguete é suficiente para destruir veículos blindados. A capacidade de fogo também pode derrubar paredes de concreto, construções de tijolo, adobe e fortificações de terra.
“É impactante um armamento desse tipo ser encontrado ao alcance das facções. Isso mostra como a apreensão que fizemos é um grande golpe ao crime organizado”, enfatizou o diretor do Departamento de Homicídios, delegado Mario Souza.
