Segurança
16 indígenas são presos pela PF durante operação na Reserva do Carreteiro em Água Santa
As buscas prosseguem para capturar alguns que não foram localizados e estão na situação de foragido.
A Polícia Federal (PF) deflagra, na manhã desta quinta (1º), a Operação Guerra e Paz, para coibir conflito indígena e investigar crimes ocorridos no ano 2021 na Reserva Indígena do Carreteiro, situada no Município de Água Santa. A ação teve o apoio da Brigada Militar, da Polícia Civil, da SUSEPE e do Corpo de Bombeiros.
Participaram da ação, 200 policiais federais, 130 policiais militares, 16 policiais civis, agentes da SUSEPE e integrantes do Corpo de Bombeiros, que cumpriram 16 dos 28 mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça Federal e 49 de busca e apreensão nos municípios de Água Santa, Tapejara, Ibiaçá, Santa Cecília do Sul, Getúlio Vargas, Erebango e Passo Fundo.
A primeira fase da Operação Guerra e Paz, denominada Operação Carreteiro, foi deflagrada em setembro de 2020 e teve por objetivo efetuar a prisão de 21 indígenas e dar cumprimento à 30 mandados de busca e apreensão, em virtude de intensos conflitos travados entre grupos rivais na disputa pelo poder no interior da reserva indígena. A investigação da primeira fase resultou no indiciamento de 31 indígenas pelos crimes de constituição de milícia privada e de constrangimento ilegal.
Ao final da Operação, o delegado da Polícia Federal, Sandro Bernardi, disse que a Polícia Federal teve que retornar novamente à reserva por conta dos conflitos que aconteceram ao longo deste ano. O delegado explicou que com a prisão dos indígenas na primeira operação o conflito havia sessado. No entanto, no final do ano passado, os indígenas obtiveram a liberdade e passaram a rearticular forças para tentar retomar o poder na terra indígena e os confrontos no local voltaram a acontecer.
O delegado Bernardi lembrou que desde janeiro os conflitos se intensificaram, com inúmeras tentativas de homicídio em confronto entre os grupos rivais, culminando com a morte de um indígena no dia 31 de janeiro, por disparo de arma de fogo. Posteriormente, outro indígena foi morto em confronto com a Brigada Militar.
Na operação desta quinta-feira (1º) 16 indígenas foram presos pela Polícia Federal, mas as buscas prosseguem para capturar alguns que não foram localizados e estão na situação de foragido.
O delegado ressaltou que as prisões realizadas com a deflagração da Operação Guerra e Paz têm por objetivo fazer cessar a violência, trazendo tranquilidade e paz para a comunidade indígena e para os moradores do município de Água Santa, bem como coletar informações e provas que auxiliem na identificação dos autores e partícipes dos crimes.
Para o delegado, o problema dos conflitos indígenas só será solucionado com a intervenção da Funai ou outro representante que administre os recursos e as terras para que os confrontos pelo poder terminem.