27 de Setembro – Dia Nacional do Doador de Órgãos: um ato de amor que salva vidas
Mais de 850 pessoas se registraram como doadores de órgãos em cartórios do Rio Grande do Sul; saiba como fazer
O Dia Nacional do Doador de Órgãos, celebrado em 27 de setembro, é uma data marcada pela conscientização, solidariedade e esperança. Instituída para valorizar o gesto de quem decide doar e para incentivar que mais pessoas se tornem doadoras, a data também busca esclarecer dúvidas e combater mitos que ainda cercam o tema.
Por que essa data é importante?
A doação de órgãos é um gesto nobre que pode salvar até oito vidas e transformar muitas outras por meio da doação de tecidos. Mesmo com os avanços na medicina e no número de transplantes realizados no Brasil — um dos maiores sistemas públicos de transplantes do mundo — ainda há uma fila de espera significativa.
Segundo dados recentes do Ministério da Saúde, mais de 40 mil pessoas aguardam por um transplante no país. Em muitos casos, a espera é longa, e o tempo é um fator determinante entre a vida e a morte.

Como ser um doador de órgãos?
No Brasil, não é necessário deixar nada por escrito ou registrado em cartório. O mais importante é comunicar sua família sobre o desejo de ser doador. Isso porque, no momento da morte encefálica, são os familiares que autorizam a doação.
Além disso, algumas doações podem ser feitas ainda em vida, como um dos rins, parte do fígado ou da medula óssea, desde que haja compatibilidade e que o doador esteja em boas condições de saúde.
A importância da conscientização
O Dia Nacional do Doador de Órgãos também tem o papel de combater o desconhecimento e o medo. Muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre o processo de doação, sobre como é feita a triagem e quais são os critérios médicos para a retirada e o transplante dos órgãos.
Campanhas realizadas por hospitais, ONGs e secretarias de saúde durante o mês de setembro — também conhecido como Setembro Verde — buscam justamente informar e sensibilizar a população.
O diagnóstico da morte encefálica
O diagnóstico de morte encefálica envolve múltiplos exames clínicos e complementares, como o teste de apneia e o eletroencefalograma, realizados por médicos distintos em um intervalo de 6 horas. Após a confirmação do óbito, os órgãos são mantidos viáveis através de ventilação mecânica e outros suportes, e então a família é notificada para dar a autorização formal para a doação dos órgãos. A retirada dos órgãos ocorre em centro cirúrgico, e o processo é coordenado pelas centrais de transplante, que garantem a rápida distribuição aos receptores
Um ato que fica
Ser doador de órgãos é, acima de tudo, um ato de generosidade e empatia. Mesmo após a morte, é possível deixar um legado de amor, esperança e continuidade da vida.
Neste 27 de setembro, converse com sua família. Diga que você é um doador. Doe órgãos, doe vida.
🟢 Agora é possível declarar a doação de órgãos de forma 100% digital
Desde abril de 2024, brasileiros podem formalizar gratuitamente sua vontade de doar órgãos por meio da Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (AEDO), disponível na plataforma e-Notariado.
No Rio Grande do Sul, já foram emitidas mais de 850 AEDOs.
📲 Como funciona:
- Acesse: www.aedo.org.br
- Solicite um Certificado Digital Notarizado
- Faça uma videoconferência com um tabelião
- Assine eletronicamente sua autorização, escolhendo os órgãos a serem doados
A AEDO passa a integrar a Central Nacional de Doadores de Órgãos e pode ser consultada por profissionais do Sistema Nacional de Transplantes. O documento é revogável a qualquer momento pelo cidadão.
Transplantes aumentam no RS, apesar de queda nas notificações de doadores
Segundo a Secretaria da Saúde do RS, o estado realizou 1.634 transplantes de órgãos em 2024, um aumento de 5,6% em relação a 2023 (1.546).
📊 Transplantes realizados:
- Coração: 26
- Pulmão: 35
- Fígado: 134
- Rim: 557
- Córnea: 882
- Tecidos: 1.504
Com exceção do fígado (que caiu de 142 para 134), todos os demais procedimentos superaram os números de 2023.
🔍 Notificações e doações:
- Notificações por morte encefálica: 780 (abaixo das 838 de 2023)
- Doadores efetivos: 194 (queda em relação aos 285 do ano anterior)
- Mesmo assim, o índice de efetivação de doadores foi de 24%, acima da média nacional, que é de 19%.