Abel Braga retorna ao Inter para comandar time na reta final contra o rebaixamento

O Internacional reagiu rapidamente à saída de Ramón Díaz e anunciou Abel Braga como técnico para as duas rodadas finais do Brasileirão. A equipe vive um cenário crítico: está no Z-4 com 41 pontos, após a vitória do Vitória sobre o Mirassol, e depende desses dois jogos – contra o São Paulo, fora, e o Red Bull Bragantino, no Beira-Rio – para escapar do rebaixamento. Abel, ídolo e multicampeão pelo clube, assume imediatamente, com treino marcado para este domingo e apresentação oficial na sequência. O treinador acumula 340 jogos pelo Colorado e títulos expressivos, como a Libertadores e o Mundial de 2006. Ele trabalhará com a comissão permanente do clube, reforçada pelo retorno de Élio Carravetta, para tentar evitar o segundo descenso da história colorada.

Análise

A escolha por Abel Braga revela uma estratégia de curto prazo e alto impacto emocional do Inter. Em momento crítico, o clube buscou alguém com forte identificação com a torcida, vasta experiência e histórico de conquistas. Abel representa estabilidade, liderança e conhecimento profundo do ambiente colorado.

No entanto, a decisão também expõe a falta de planejamento estrutural: recorrer a um nome histórico a duas rodadas do fim demonstra urgência e uma tentativa de resposta imediata ao risco de queda. O fator emocional pode mobilizar elenco e torcida, mas Abel terá pouquíssimo tempo para ajustar o time taticamente. Os dois jogos restantes serão disputados sob máxima pressão, e o contexto técnico do time – que já vinha instável e mal posicionado – não muda de forma significativa de um dia para o outro.

Em suma, a aposta do Inter é mais psicológica e simbólica do que esportiva: trazer um líder respeitado para tentar unir o grupo e extrair uma reação rápida. A eficiência dessa estratégia dependerá da resposta imediata dos jogadores e da capacidade de Abel de organizar minimamente a equipe no curtíssimo prazo.