AGER cobra solução imediata da Corsan diante de falta d’água crônica nos bairros Progresso e Poletto

A situação crítica de desabastecimento de água nos bairros Progresso e Poletto, em Erechim, motivou uma reunião urgente na tarde da última segunda-feira (14), entre representantes da AGER (Agência Reguladora dos Serviços Públicos Municipais), lideranças comunitárias e a Aegea/Corsan, empresa responsável pelo fornecimento de água no município.

Segundo relatos apresentados no encontro, a falta d’água tem sido constante desde janeiro deste ano, com fornecimento irregular, muitas vezes restrito à madrugada. Moradores relataram que atividades básicas como tomar banho ou lavar roupas só são possíveis após às 23h. A situação já havia sido comunicada oficialmente à concessionária em 2024, com promessa de resolução por meio de uma obra prevista para março de 2025 — que ainda não foi iniciada.

Indignação da comunidade

A comunidade expressou forte indignação com a ausência de solução efetiva. Um dos pontos mais criticados foi o alto valor das contas de água, incompatível com o consumo real. Uma moradora relatou ter recebido uma fatura de R$ 270,00, mesmo com semanas sem abastecimento. Nos fins de semana, o problema se agrava ainda mais em locais como o Alto do Colinas.

Famílias de baixa renda são as mais impactadas, especialmente aquelas que não possuem caixa d’água. Durante a reunião, um morador exibiu um vídeo mostrando o hidrômetro girando mesmo sem água nas torneiras, o que levanta dúvidas sobre a aferição correta do consumo.

Também foram discutidas a revisão de contas elevadas e a substituição de hidrômetros, demandas consideradas inviáveis pela comunidade diante da intermitência no abastecimento.

Obra confirmada após cobrança da AGER

Diante da pressão exercida, o coordenador regional da Corsan, Márcio Tochetto, anunciou o início de uma obra considerada essencial: a construção de uma nova adutora de 1.800 metros, com foco no bairro Poletto e impacto positivo também no bairro Progresso. A obra está prevista para iniciar em 1º de agosto, com prazo de execução de até três meses.

Segundo Tochetto, o atraso se deu pela priorização de outra obra, ligada à Estação de Tratamento de Água (ETA). Ele também se comprometeu a garantir transparência, com acompanhamento das lideranças comunitárias durante a execução da nova adutora.

Enquanto a obra definitiva não começa, foram discutidas soluções paliativas, como instalação de motores ou válvulas para melhorar o fluxo temporariamente. A concessionária também informou que vazamentos foram identificados e corrigidos na rede adutora, e que o abastecimento estava sendo gradualmente restabelecido desde segunda-feira (14).

AGER reforça cobrança e acompanhamento

O diretor-presidente substituto da AGER, Edgar Radeski, foi enfático ao reforçar a cobrança da comunidade. “A AGER reitera a urgência e a relevância das demandas apresentadas. Confiamos que o compromisso assumido será honrado, com a participação ativa da população no processo”, afirmou.

A AGER seguirá monitorando o caso de perto, para garantir que a obra ocorra dentro do prazo estabelecido e, principalmente, que episódios de desabastecimento como o do último fim de semana não se repitam