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Pixabay
Saúde

Alzheimer: estudo revela novo sinal que pode indicar a doença anos antes do declínio cognitivo

A pesquisa, publicada na Alzheimer’s & Dementia, utilizou a realidade virtual para testar a navegação espacial de 100 adultos assintomáticos de meia-idade, com idades entre 43 e 66 anos.

O Sul
por  O Sul
03/03/2024 20:47 – atualizado há 23 segundos
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Pessoas em risco de doença de Alzheimer têm a navegação espacial prejudicada antes de demonstrar problemas com outras funções cognitivas, incluindo a memória, revela um novo estudo liderado por pesquisadores da University College London.

A pesquisa, publicada na Alzheimer’s & Dementia, utilizou a realidade virtual para testar a navegação espacial de 100 adultos assintomáticos de meia-idade, com idades entre 43 e 66 anos. Os participantes tinham um risco hereditário ou fisiológico de doença de Alzheimer, devido à presença de um gene, histórico familiar ou fatores de risco de estilo de vida.

Eles foram solicitados a se movimentar em um ambiente usavam óculos de realidade virtual.

Os pesquisadores descobriram que as pessoas com maior risco de desenvolver a doença de Alzheimer, independentemente do fator de risco, já tinham dificuldade na tarefa, sem que houvesse alterações em testes cognitivos.

Os autores do estudo dizem que a descoberta indica que as deficiências na navegação espacial podem começar a desenvolver-se anos, ou mesmo décadas, antes do aparecimento de quaisquer outros sintomas.

“Nossos resultados indicaram que este tipo de mudança de comportamento de navegação pode representar o primeiro sinal de diagnóstico na doença de Alzheimer”, afirma a neurocientista Coco Newton, do Instituto de Neurociência Cognitiva da UCL. A pesquisa foi realizada em colaboração com a Universidade de Cambridge.

Problemas visuais

Em outra frente, um grupo de cientistas internacionais, liderados por pesquisadores da Universidade da Califórnia, em San Francisco (EUA), concluiu o primeiro estudo em grande escala sobre problemas visuais que se apresentam como os primeiros sintomas da doença de Alzheimer. O estudo identifica novo sinal precoce, que pode surgir 3,8 anos antes do diagnóstico. O trabalho inclui dados de mais de 1 mil pacientes de 16 países e foi publicado na revista científica The Lancet Neurology.

A atrofia cortical posterior (ACP) é um indício precoce de Alzheimer, descobriram os investigadores. Cerca de 94% dos pacientes com ACP tinham patologia de Alzheimer e os 6% restantes tinham condições como doença de corpos de Lewy e degeneração lobar frontotemporal. Em contrapartida, outros estudos mostram que 70% dos pacientes com perda de memória apresentam a patologia de Alzheimer.

Ao contrário dos problemas de memória — sintoma comum do Alzheimer —, os pacientes com ACP têm dificuldade em avaliar distâncias, distinguir entre objetos em movimento e parados, completar tarefas como escrever e recuperar um item caído, apesar de apresentarem um exame oftalmológico normal, disse a coautora Marianne Chapleau, do Departamento de Neurologia, Centro de Memória e Envelhecimento da Universidade da Califórnia San Francisco e do Instituto Weill de Neurociências, em comunicado.

A maioria dos pacientes com ACP tem cognição normal desde o início, mas no momento da primeira consulta diagnóstica, em média 3,8 anos após o início dos sintomas, os médicos já conseguem identificar sinais de demência leve ou moderada, com déficits na memória, função executiva, comportamento e fala e linguagem, de acordo com as descobertas dos pesquisadores.

No momento do diagnóstico, 61% demonstraram “dispraxia construtiva”, uma incapacidade de copiar ou construir diagramas ou figuras básicas; 49% tinham “déficit de percepção espacial”, dificuldades em identificar a localização de algo que viram; e 48% tinham “simultanagnosia”, uma incapacidade de perceber visualmente mais de um objeto por vez. Além disso, 47% enfrentaram grandes desafios com cálculos matemáticos básicos e 43% com leitura.

“Precisamos de mais consciência sobre o ACP para que possa ser sinalizado pelos médicos”, disse Chapleau, em comunicado. “A maioria dos pacientes consulta o oftalmologista quando começa a apresentar sintomas visuais e pode ser que ele também não saiba reconhecer a ACP. Precisamos de melhores ferramentas em ambientes clínicos para identificar esses pacientes precocemente e tratá-los”. As informações são do jornal O Globo.

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