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Argentina suspende exportação de aves após confirmar gripe aviária na indústria

Com o caso, a Argentina perde temporariamente o status de livre da doença e, consequentemente, autosuspendeu a exportação da proteína.

Por GRIPE AVIARIA Publicado em 01/03/2023 22:21 - Atualizado em 31/07/2024 09:20

A Argentina confirmou o primeiro caso positivo de gripe aviária em uma granja comercial. De acordo com o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa), o caso foi registrado na província de Río Negro.

Com o caso, a Argentina perde temporariamente o status de livre da doença e, consequentemente, autosuspendeu a exportação da proteína.

Segundo a Senasa, embora essa notícia possa ser preocupante, é importante destacar que a produção de aves para consumo interno continua normalmente, já que a gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne de frango ou ovos.

Além disso, os frigoríficos que exportam seus produtos poderão comercializá-los no mercado interno.

Para evitar a disseminação da doença em outros estabelecimentos de aves, o Senasa implementou as medidas de contenção apropriadas, conforme estabelecido no Manual de Contingência de Influenza Aviária. Além disso, seguindo os protocolos internacionais, as autoridades do Senasa comunicarão oficialmente a novidade à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).

As autoridades, profissionais e técnicos do Senasa estão trabalhando para restabelecer rapidamente o estatuto de país livre da doença e reiniciar as exportações de produtos aviários.

Até às 20h desta quarta-feira, o país vizinho somava 186 notificações analisadas pelo Laboratório do Senasa, com patogenicidade positiva para 26 delas, sendo uma em ave comercial, três em silvestres e 21 em animais de fundo de quintal. As ocorrências concentram-se nas províncias de Córdoba (13), Buenos Aires (5), Río Negro (2), Santa Fé (2), Jujuy (1), Neuquén (1), San Luis (1) e Salta (1).

Foto: Wilson Dias/Agencia Brasil

Situação põe RS em alerta

A Secretaria da Agricultura do RS (Seapi) também intensificou as atividades de fiscalização mediante o crescimento das ocorrências do vírus de alta patogenicidade na Argentina. A diretora do Departamento de Defesa Agropecuária (DDA), Rosane Collares, pontua que, embora a vigilância sanitária estadual das regiões fronteiriças seja bastante atuante na fiscalização de bovinos, está atenta às aves. “Os focos estão descendo para o Sul, estando mais próximos do Uruguai que do RS. Mas existe bastante trânsito onde o Programa Sentinela atua muito forte”, esclarece.

Rosane afirma que a Seapi está atenta também à avicultura de subsistência, já que a industrial é altamente profissionalizada.“Trabalhamos em conjunto com as associações, já que a avicultura comercial é muito organizada. Nosso foco é despertar no criador não comercial a atenção aos sinais clínicos da influenza para comunicar à inspetoria veterinária”, aponta.

Além do Rio Grande do Sul, a Argentina faz fronteira com Santa Catarina e Paraná. Juntos, os três estados respondem por 64% da produção avícola nacional.

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