Economia
Banco Central quer evitar abertura de contas falsas a fim de aumentar a segurança do PIX
Presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que instituição pretende adicionar "novas funcionalidades" aos dispositivos de segurança
O BC (Banco Central) pretende adicionar “novas funcionalidades” aos dispositivos de tecnologia capazes de bloquear “contas-laranja” do PIX, sistema de transferência de recursos em tempo real, 24 horas por dia.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que o PIX é seguro, mas ressalvou que é preciso ter certeza de que todas as contas bancárias que estão sendo abertas são legítimas. Segundo Campos Neto, é preciso atacar o uso de “contas-laranja” abertas com documentos falsos, a fim de tornar o sistema de transferências ainda mais seguro.
“O PIX é um sistema superseguro, mesmo quando se compara com TED e DOC. A gente está desenhando ele para ter mais segurança. Às vezes, se vê notícia de que está tendo sequestro relâmpago com PIX. Vamos lembrar que o PIX, para fazer transferência, precisa de conta cadastrada”, declarou Campos Neto, em seminário virtual. “Contas-laranja, com documentos falsos, a gente tem de atacar isso”, afirmou.
No ano passado, o chefe-adjunto do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central, Carlos Eduardo Brandt, informou que as instituições financeiras poderiam reter transferências e pagamentos feitos por meio do PIX por até uma hora em caso de suspeita de fraude.
O Banco Central informou que, tendo por base dados do atendimento ao cidadão e do monitoramento do sistema financeiro, não há evidência de aumento de fraudes, crime cibernéticos, financeiros ou contra pessoas após o lançamento do PIX.
“Também não houve aumento de abertura de contas falsas após o PIX. Pelo contrário, segue a tendência de redução percentual de contas abertas com documentação falsa observada nos últimos anos, graças à evolução na tecnologia utilizada na abertura de conta digitais para combater fraudes e do acompanhamento feito pela supervisão do BC junto às instituições reguladas”, acrescentou o Banco Central.
A instituição informou, entretanto, que a despeito da segurança do PIX, sempre considera “aperfeiçoamentos que aumentem ainda mais a resiliência do PIX e, para isso, mantém constante diálogo com especialistas de segurança das instituições participantes por meio do GT-Seg, grupo de trabalho temático no âmbito do Fórum PIX”.
Em fevereiro, durante a primeira edição da Semana da Segurança Digital da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) informou que, com a pandemia do coronavírus, criminosos estão aproveitando o maior tempo online das pessoas e o aumento das transações digitais devido ao isolamento social para aplicar golpes financeiros.