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Bezerra nasce com seis patas e dois quadris, é operada e pesquisadores buscam respostas

Veterinários dizem que não há relatos de pesquisa com animal com patas a mais articuladas.

Por Canal Rural Publicado em 01/08/2021 20:23 - Atualizado em 31/07/2024 09:20

Um caso raro de anomalia em uma bezerra intriga pesquisadores do Hospital Veterinário Escola do Centro Universitário Valença (Unifaa), no município de Valença, Rio de Janeiro. A bezerra que nasceu com seis patas e dois quadris em uma propriedade rural do município foi operada pelos veterinários, que agora buscam entender o que houve com o animal, que passa bem após o procedimento cirúrgico.

Foto: Divulgação / Unifaa – Centro Universitário de Valença

“A ocorrência de casos de animais com uma anomalia semelhante a esta é 1% a 3 % no mundo. Esse será o primeiro caso relatado não só do aparecimento da anomalia que ela teve, mas também da cirurgia realizada”, conta o professor do Unifaa Joaquim Esquerdo, que também foi um dos responsáveis pela cirurgia no animal.

O procedimento médico para a remoção das patas durou cerca de duas horas e, segundo o professor do Unifaa garante maior qualidade de vida para a bezerra. “Sem a cirurgia, a locomoção e descanso do animal seriam prejudicadas, além do peso a mais que ela carregaria, trazendo problemas de postura”, relata Esquerdo.

Segundo os pesquisadores da universidade, o fato de a bezerra possuir um quadril a mais e as patas possuírem articulações, torna o caso ainda mais incomum, uma vez que no Brasil ainda não há o registro de uma pesquisa sobre o fato.

“Existem registros de casos com até oito patas. Mas, nesses casos, as patas eram penduradas no animal. Não eram articuladas no animal, como é o caso desta bezerra”, diz Jorge Henrique Sacramento Conceição, coordenador do Hospital Veterinário Escola do Unifaa.

Afinal, o que houve com a bezerra?

Após o sucesso da operação para remoção das patas e do quadril a mais, o professor Joaquim Esquerdo diz que o trabalho agora será para investigar a causa da anomalia. O perfil do DNA bezerra e de seus descendentes será analisado para se tentar chegar a uma conclusão. No entanto, é possível trabalhar com algumas hipóteses.

“Nesse caso foi um problema congênito (alterações funcionais ou estruturais do desenvolvimento fetal cuja origem ocorre antes do nascimento, possuindo causas genéticas, ambientais ou desconhecidas). Vamos rastrear e estudar o caso para descobrir o motivo. Porém, a endogamia, assim como problemas genéticos do reprodutor e da matriz, podem resultar em tal achado”, explica o professor.

Ainda segundo ele, o acompanhamento pós cirúrgico da bezerra é importante, pois podem haver sequelas para o animal.

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