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Bispo de Frederico Westphalen vira réu por abuso sexual de menor de idade

Denúncia foi recebida pelo Ministério Público em agosto de 2020

Por Correio do Povo Publicado em 04/02/2022 21:46 - Atualizado em 03/06/2024 11:06

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, com o voto unânime dos três desembargadores da 7ª Câmara Criminal, tornou o bispo da Diocese de Frederico Westphalen, Dom Antonio Carlos Rossi Keller, réu por abuso sexual de menor de idade. A decisão foi tomada na tarde de quinta-feira. O Ministério Público denunciou o bispo ainda em agosto de 2020.

Foto: Divulgação / CP

Em primeira instância, a denúncia não foi aceita pelo juiz de Frederico Westphalen. No entendimento do magistrado, os fatos descritos na denúncia não se enquadravam nos tipos penais indicados pelo Ministério Público à época dos fatos, em 2008. Após decisão em primeiro grau, em setembro de 2020, o Ministério Público recorreu ao Tribunal de Justiça.

O ex-coroinha, que seria a vítima dos abusos, disse sentir-se aliviado após a decisão do Tribunal de Justiça do RS. “Estou aliviado e voltando a acreditar na Justiça brasileira. Que a partir de agora, o bispo seja investigado, julgado e condenado pelo crime que cometeu”, afirmou. Ele recordou que tinha 14 anos quando as supostas investidas sexuais do bispo começaram. “Eu quero que seja feita justiça, só isso.”

A Diocese de Frederico Westphalen, em nota, esclareceu à comunidade que a denúncia que tramita contra o bispo Dom Antonio Rossi Keller foi rejeitada em primeira instância. “Em segundo grau, o Tribunal de Justiça entendeu que a denúncia, apesar de suas falhas, possui os requisitos formais mínimos para recebimento. Cabe recurso da referida decisão, o que será feito no momento oportuno.”

Após o caso vir à tona, o bispo afirmou que os fatos são absurdamente falsos. “Nessa questão há interesses financeiros, políticos, religiosos e ideológicos. Pessoas que não aceitam a minha visão de defender uma igreja apartidária e autenticamente católica”, acusou em suas contas nas redes sociais.

O advogado Evans Melo, que representa o ex-coroinha, afirmou que “não há qualquer interesse político e financeiro da vítima no caso. Ela é vítima, esse é o fato”, ressaltou Evans Melo.

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