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Política

Bolsonaro diz que governo não comentará morte de general iraniano

"Eu não tenho o poderio bélico que o americano tem para opinar nesse momento. Se eu tivesse, opinaria", disse o presidente.

Correio do Povo
por  Correio do Povo
03/01/2020 23:57 – atualizado há 2 meses
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O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira que o governo brasileiro não vai se manifestar sobre o ataque dos Estados Unidos que resultou na morte de um dos mais importantes militares de alta patente do Irã, o general Qassem Soleimani, no Iraque.

"Eu não tenho o poderio bélico que o americano tem para opinar nesse momento. Se eu tivesse, opinaria", disse o presidente após visitar a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que está internada num hospital de Brasília após uma cirurgia estética.

Perguntado se o Itamaraty emitira algum comunicado sobre o assunto, como outros países têm feito, Bolsonaro disse que, por enquanto, esta possibilidade "está descartada". O presidente disse também ter se reunido com o ministro-chefe da Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, Augusto Heleno, para avaliar a situação internacional após a ação militar norte-americana.

"Conversei, aprofundamos a conversa e temos uma estratégia de como proceder no desenrolar dos fatos. A coisa que mais nos preocupa é uma possível alta do petróleo, que está em torno de 5% no momento. Conversei com o presidente da Petrobrás também, a exemplo do que aconteceu na Arábia Saudita, o ataque de drones, em poucos dias voltou à normalidade, a gente espera agora também", disse.

Uma reunião foi convocada para a próxima segunda-feira, em Brasília, para avaliar os desdobramentos desse episódio na alta do preço dos combustíveis, com participação do ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia). Pela manhã, Bolsonaro conversou com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, e voltou a dizer que o governo não tem como interferir no preço do combustível, mas apelou para que os governadores atuem para segurar impostos, caso a alta seja muito expressiva.

"Eu converso com o almirante Bento [ministro de Minas e Energia], com o presidente da Petrobras e com o Paulo Guedes e nós temos uma linha de não interferir, mas acompanhar e buscar soluções. A gente apela aos governadores. Vamos supor que aumente 20% o preço do petróleo, vai aumentar em 20% o ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços], não dá para os governadores cederem nisso aí também? Porque todo mundo perde, quando você mexe em combustível, toda a nossa economia é afetada", afirmou.

Operação suicida

No final da tarde, Jair Bolsonaro concedeu uma entrevista ao vivo, por telefone, ao programa Brasil Urgente, apresentado pelo jornalista José Luiz Datena, na TV Bandeirantes.

Perguntado pelo apresentador se acreditava em uma possível retaliação do Irã contra os Estados Unidos, o presidente disse que poderia ser uma "operação quase suicida" do país mulçumano.

"Tem que ver o potencial bélico e militar do Irã, acho muito difícil, pode até haver, mas seria uma operação quase suicida", afirmou.

Na entrevista, Bolsonaro disse ainda não acreditar em uma guerra de grandes proporções e reforçou que, se o conflito se prolongar por muito tempo, o mundo inteiro sofrerá as consequências, por causa do petróleo. "Se houver um conflito demorado, pela localização geográfica, pelo potencial do Irã, pelos problemas que podem acontecer, o mundo todo vai sofrer com a alta do petróleo. Se vier acontecer, nós vamos ver o que podemos fazer aqui".

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