Saúde
Brasil acumula mais de 260 mil mortes por doenças do coração em 2022
Para a Sociedade Brasileira de Cardiologia, boa parte das mortes que compõe essa estatística podem ser evitadas.
As doenças cardiovasculares provocam duas vezes mais mortes do que todos os tipos de câncer juntos no Brasil. As DCVs, forma como os especialistas chamam esse tipo de doença que afeta o coração, são a causa número 1 de mortes no País, o que representa cerca de 30% de todos os óbitos em solo brasileiro.
De janeiro a agosto já foram contabilizadas pelo Cardiômetro mais de 260 mil mortes. Para a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), boa parte das mortes que compõe essa estatística podem ser evitadas: o cuidado preventivo, como a realização de exames periódicos e a prática de exercício físico por pelo menos 150 minutos por semana podem fazer com que os fatores de risco das doenças cardiovasculares sejam minimizados e o paciente viva bem por mais tempo, o que posterga um infarto e um aneurisma, por exemplo.
Segundo a American Heart Association (AHA), 90% das pessoas que sofrem paradas cardíacas morrem antes de chegar ao hospital. O socorro nos 10 primeiros minutos é o que faz com que as vítimas sobrevivam e fiquem com menos sequelas, evitando que o paciente tenha morte cerebral a partir dos 10 minutos que sucedem a parada cardíaca.
No Brasil, houve um aumento de até 132% no número de mortes devido às doenças cardiovasculares durante a pandemia. É o que aponta um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a SBC. O levantamento também apresenta um crescimento nas mortes em domicílio durante o período, sobretudo por AVC, com 230 mil casos.
Sinais de alerta
- Ataque cardíaco: dor no peito (como pressão ou desconforto) que pode irradiar para mandíbula, ombro, braço ou parte superior das costas. Falta de ar, sudorese ou suor frio; fadiga incomum, náusea e tontura podem ocorrer também. Mulheres são mais propensas do que os homens a relatar mais sintomas além da dor no peito.
- Insuficiência cardíaca: falta de ar é o sintoma clássico. Mas há sinais precoces e mais sutis que devem ser informados ao médico, como dor de estômago, náuseas, vômitos e perda de apetite; fadiga; intolerância ao exercício físico, insônia; dor (no peito e outras), distúrbios do humor (principalmente depressão e ansiedade), e disfunção cognitiva (névoa cerebral, problemas de memória). Mulheres declaram uma maior variedade de sintomas, são mais propensas a ter depressão e ansiedade e relatam uma qualidade de vida inferior em comparação com homens.
- Doença da válvula cardíaca: em casos leves, pode ser assintomática por anos e, progressivamente, surgirem mais sintomas semelhantes aos associados à insuficiência cardíaca. Mulheres com estenose aórtica, que ocorre quando a válvula aórtica se estreita e restringe o fluxo sanguíneo do coração, mencionam mais frequentemente falta de ar, intolerância ao exercício e fragilidade física do que os homens.
- Arritimias: sensação de batimentos cardíacos anormais ou palpitações que podem ser irregulares, rápidas, agitadas ou interrompidas. Outros sintomas incluem fadiga, falta de ar e tontura. Mulheres e adultos são mais propensos a sentir palpitações, enquanto os homens costumam ser assintomáticos.
- Doença arterial periférica: pessoas com a enfermidade podem não apresentar sintomas ou desenvolver o sinal clássico de claudicação, que é a dor em um ou ambos os músculos da panturrilha durante a caminhada. Dor em outras partes das pernas e nos pés e nos dedos dos pés são os sintomas mais comuns, em vez da dor na panturrilha.