Saúde
Brasil precisa vacinar 1,2 milhão por dia para concluir campanha contra Covid-19 em 2021
Em junho, a previsão é de entrega de 43,8 milhões de doses pelo Ministério da Saúde.
Se a entrega de vacinas dos laboratórios esperada pelo Ministério da Saúde for cumprida, o Brasil tem tudo para concluir até o fim deste ano a campanha nacional de imunização contra a Covid-19. Mas nem tudo é motivo para comemoração.
Para chegar a essa meta, o país precisaria aplicar pouco menos de 1,2 milhão de doses por dia até 31 de dezembro, velocidade que já foi superada nessa mesma campanha. Agora, o Brasil tem 160 milhões de pessoas que podem ser imunizadas contra a Covid-19, com primeira e segunda doses, de acordo com o painel Localiza SUS, do Ministério da Saúde.
Nessa sexta-feira, o país injetou fármacos que previnem a Covid-19 em 1.211.432 pessoas - a terceira melhor marca num período de 24 horas até agora. O recorde, porém, ocorreu em 23 de abril, quando 1,744 milhão de injeções contra a doença foi parar nos braços dos brasileiros.
A infectologista Paula Carnevale, professora da Universidade Anhembi Morumbi, acha possível completar todos os grupos vacináveis até o fim de dezembro, desde que, obviamente, existam vacinas."É essencial que o governo federal, de fato, assuma a responsabilidade de organizar a campanha nacional, que tem acontecido com ritmos diferentes nos estados. Para vacinar 1,2 milhão de pessoas por dia, é preciso que a vacina seja considerada prioritária pelo Ministério da Saúde", comentou.
Na visão da infectologista, a coordenação é difícil por haver mais de uma vacina, por causa da necessidade de segunda dose e dos intervalos diferentes entre as aplicações e também porque ela ocorre em meio a outras campanhas de imunização, como a da gripe.
O diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBim), Renato Kfouri, diz não ter dúvida de que é possível que toda a população vacinável (com pelo menos 18 anos de idade) seja chamada para se imunizar. "O que não teremos é a imunização completa de grandes percentuais da população, porque, por várias razões, muitas pessoas não vão tomar a segunda dose", explicou.