Saúde

Brasil vai receber novo lote de vacinas da Janssen nesta terça (15)

Devido ao prazo de validade mais curto, as doses recebidas serão destinadas a capitais.

Por O Sul Publicado em 13/06/2021 21:43 - Atualizado em 03/06/2024 09:56

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, informou em entrevista coletiva que o Brasil receberá nesta terça-feira (15), pela manhã, um lote de vacinas contra a covid da Janssen, farmacêutica da Johnson & Johnson.

O carregamento a desembarcar na próxima semana terá 3 milhões de doses e faz parte de um contrato para 38 milhões de unidades do Brasil com a Johnson, a serem entregues até dezembro. Devido ao prazo de validade mais curto, as doses recebidas serão destinadas a capitais — “assim temos mais agilidade em entregar essas doses à população brasileira”, afirmou Queiroga.

Diferentemente das demais vacinas que já estão sendo usadas no Brasil, que só garantem segurança após a segunda dose, as aplicações da fabricante da Johnson & Johnson exigem apenas uma dose para imunização completa. Queiroga também destacou que o lote foi negociado com um desconto de 25% em relação aos valores anteriores. “Isso ocasionou uma economia de R$ 480 milhões”, disse.

Com prazo de validade inicialmente previsto em 12 semanas, os imunizantes da Janssen tiveram recentemente o tempo de uso ampliado pela FDA, a agência de vigilância sanitária dos Estados Unidos, para 18 semanas.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve fazer o mesmo no Brasil, de acordo com o ministério, o que dá oficialmente mais tempo para que o país consiga distribuir e aplicar dentro do prazo as doses recebidas.

“A Anvisa está discutindo a possibilidade de ampliar o prazo de validade das vacinas [da Janssen], embora entendamos que isso não vai ser necessário, porque confiamos no Programa Nacional de Imunização e na capacidade que temos de vacinar toda a população brasileira”, disse Queiroga.

Os imunizantes da Janssen, de acordo com o ministro, têm 85% de eficácia na prevenção de formas severas da covid-19, além de evitar completamente casos de hospitalização e óbito pela doença.

As doses enviadas ao Brasil virão da unidade da Johnson em Baltimore, nos EUA, a mesma planta onde foram registrados problemas de contaminação que levaram a FDA a pedir que a farmacêutica descartasse cerca de 60 milhões de doses da vacina. Queiroga disse, no entanto, que a vinda das vacinas ao Brasil foi autorizada pela agência norte-americana e que, portanto, elas são seguras.

“As autoridades sanitárias americanas são rigorosas e a nossa Anvisa também, de tal maneira que podemos atestar que é algo seguro e que o brasileiro poderá usar essas doses com segurança”, garantiu o ministro.

Maiores de 18

Queiroga afirma que todos os brasileiros com mais de 18 anos deverão estar vacinados contra a covid-19 até o fim do ano. Ele participou de um evento sobre o Dia de Conscientização da Cardiopatia Congênita e reforçou aos médicos o que já havia adiantado durante sessão no Senado no dia 8 deste mês.

“Este ano, a despeito das condições ainda complexas na assistência à saúde, o Ministério da Saúde já contratou 600 milhões de doses de vacina, de tal maneira que a população acima de 18 anos será vacinada até o fim do ano. Isto eu posso assegurar. Somente em junho, nós vamos distribuir mais de 40 milhões de doses de vacina. Nós estamos antecipando doses”, frisou o titular da pasta, por videoconferência.

O ministro da Saúde lembrou também que o acordo de transferência de tecnologia da AstraZeneca para a Fiocruz já foi firmado, o que permitirá, em breve, vacinas produzidas a partir do IFA (ingrediente farmacêutico ativo) nacional.

“Nós já temos 200 milhões de doses da Pfizer contratadas e 100 milhões dessas doses estarão disponíveis até setembro. Outros 100 milhões de doses estarão disponíveis até dezembro. E avança o contrato para mais 100 milhões de doses da [vacina da empresa] Moderna. Então, isso é a certeza que nós vamos vacinar a nossa população e pôr fim ao caráter pandêmico dessa doença”, declarou o ministro.

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