Cães de pastoreio demostram o seu valor na Expointer

O melhor amigo do homem pode ser também seu melhor companheiro de trabalho. Na Expointer, associações de raças de cães mostram os potenciais destes animais para a lide no campo, auxiliando no pastoreio de rebanhos ovinos e até bovinos. Neste sábado (3/9) e no domingo (4/9), último fim de semana da Expointer, o público vai poder acompanhar julgamentos morfológicos do ovelheiro gaúcho e demonstrações de pastoreio com cães da raça border collie.

“Nos últimos anos, devido à falta de mão de obra no campo, o border collie está sendo muito procurado. Diariamente recebemos pedidos de informações sobre cursos de adestramento, características da raça e sobre o financiamento do Banrisul para a aquisição destes cães”, conta a secretária da Associação Border Collie Mercosul (ABCM), Carla Muller Krebs.

Já internacionalmente conhecida por sua inteligência, a raça border collie foi selecionada especificamente para o trabalho de pastoreio. Quem deseja adquirir um animal para o trabalho precisa procurar criadores respeitados. “O cão de trabalho valorizou muito, um cão treinado está entre R$ 8 mil a R$ 15 mil, sendo que cães diferenciados atingem valores bem maiores”, afirma Carla.

O Senar/RS conta com um curso de adestramento voltado especificamente para cães de pastoreio. “São poucos comandos que o cachorro precisa aprender para te ajudar muito”, diz Carla.

Nesta edição da Expointer, a ABCM promove uma demonstração de cães de pastoreio, a partir de exercícios executados em campeonatos da raça. As apresentações ocorrem no sábado (3), a partir das 8h, nas pistas 6 e 7. No domingo (4), é a vez da Associação Gaúcha de Criadores de Border Collie (AGBC) realizar demonstrações na pista 1, às 13h.

A resistência do ovelheiro gaúcho

Um representante fiel da resiliência do povo gaúcho: tradicional, rústico, fiel e apto ao trabalho no campo. O ovelheiro gaúcho é uma raça de cães de pastoreio criada no Rio Grande do Sul, com a introdução dos primeiros rebanhos de ovinos no século XVIII. A raça se originou a partir do cruzamento de cães de pastoreio, como cães da serra da estrela e scoth collie. Com a seleção dos proprietários, trabalhadores rurais, se distribuiu pelo Sul do Brasil e Uruguai.

“Sempre criei ovelheiro gaúcho, e é uma raça extremamente inteligente, consegue ser treinado facilmente. Ele carrega a genética do trabalho”, destaca o presidente da Associação de Criadores de Ovelheiro Gaúcho (ACOG), Vagner Grandini.

No sábado (3), às 8h, na pista 4, a associação promoverá um encontro de criadores e proprietários de ovelheiro gaúcho. Haverá palestra sobre o histórico da raça e distribuição de material informativo, para sua divulgação. Na sequência, a partir das 10h, haverá o julgamento morfológico e a premiação dos ovelheiros gaúchos.

“No julgamento é avaliado o temperamento do animal, a formatação de cabeça, membros e tronco, a disposição. É uma forma de incentivar o criador a melhorar a genética do animal”, explica Vagner.

Às 11h, a associação fará avaliações para registro base de ovelheiro gaúcho, com critérios semelhantes aos utilizados no julgamento morfológico. "As pessoas vão trazer seus cães, e o grupo técnico vai analisar se são ovelheiros gaúchos, ou qual o grau de cruzamento com ovelheiro gaúcho existe no animal", conclui Grandini.