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Caminhoneiros prometem atos em rodovias nesta segunda-feira

Movimentos representantes da categoria organizam protestos em diversas rodovias contra política de preço do diesel

Por Rádio Guaiba Publicado em 01/02/2021 07:36 - Atualizado em 03/06/2024 09:47

Entidades representativas de caminhoneiros preparam atos em rodovias brasileiras nesta segunda-feira (1º) contra a atual política de precificação do diesel utilizada pela Petrobras. Embora, não haja um consenso em toda a categoria, ao menos 13 agremiações de diversos setores apoiam o movimento grevista de hoje, que é encabeçado pelo CNTRC (Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas).

Os locais das manifestações não haviam sido divulgados até a noite de domingo (31), mas algumas concessionárias de rodovias já se anteciparam no fim da semana passada e conseguiram liminares impondo multas para quem protestar nos trechos administrados por elas. Foi o caso da Nova Dutra (BR-116 entre São Paulo e Rio de Janeiro), e da Arteris Régis (BR-116 entre São Paulo e Curitiba).

O presidente do CNTRC, Plínio Dias, afirmou em vídeo publicado nas redes sociais que oficializou órgãos do governo, incluindo a Polícia Rodoviária Federal, sobre os atos marcados para hoje. Segundo ele, caminhões de serviços essenciais, ônibus e carros de passeio não serão barrados nos locais onde houver manifestação.

O principal item da pauta dos caminhoneiros atualmente é o chamado PPI (preço de paridade internacional), política adotada pela Petrobras desde o governo Michel Temer.

Instituída em outubro de 2016, a política de preços previa que a Petrobras reajustaria o valor do litro do diesel e da gasolina em suas refinarias mensalmente levando em conta as cotações do petróleo no mercado internacional e do dólar. O objetivo era tornar os preços da Petrobras próximos aos dos importadores de combustíveis.

Em julho de 2017, a empresa passou a reajustar os preços quase que diariamente. Também houve um reajuste do PIS/Cofins dos combustíveis. Pressionados pelo aumento de custos, caminhoneiros fecharam importantes rodovias no fim de maio de 2018, resultado em desabastecimento de diversos produtos por todo o país. Naquela ocasião, o então candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro apoiou o movimento grevista. Agora, a postura dele é outra. O presidente pediu no sábado (30) que os motoristas não façam protestos, embora o motivo seja o mesmo.

Foto: Alina Souza/CP Memória

Contrários

Mas há também grupos de caminhoneiros contrários à paralisação. A Abrava (Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Autônomos) e a CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos) afirmaram no domingo (31) que não vão participar.

O presidente da Abrava, Wallace Landim, conhecido como Chorão, um dos principais líderes da greve de caminhoneiros de 2018, reconheceu que a categoria não pode ficar de “braços cruzados” e precisa reivindicar as conquistas do movimento anterior, em 2018 mas argumentou que a manifestação atual ganhou cunho político e está polarizada, com parte defendendo o presidente Jair Bolsonaro e outra parte contrária.

“Tem alguns caminhoneiros que entendem que precisam parar, porque não têm condições de rodar. Mas o cenário hoje é totalmente diferente de 2018. Estamos no meio de uma pandemia mundial. Tentamos passar para os caminhoneiros que precisamos ter responsabilidade. Estamos na beira do abismo, mas uma paralisação agora pode levar direto para o abismo, porque podemos perder o apoio da população.”

O assessor-executivo da CNTA, Marlon Maues, fala que a entidade tem “uma agenda positiva junto ao governo há dois anos”.

“Fica claro que o movimento é político e conduzido por partidos de esquerda para usar os caminhoneiros como massa de manobra”, afirmou Maues, destacando que a CNTA é a entidade máxima constituída para defender a categoria autônoma, que a entidade calcula somar mais de 1 milhão de trabalhadores.

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