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Saúde

Câncer de próstata é o mais frequente entre os homens brasileiros

No Brasil são estimados 65.840 novos casos desse tipo de câncer para 2020.

Diário Catarinense
por  Diário Catarinense
13/11/2020 17:35 – atualizado há 3 anos
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No Brasil, o câncer de próstata é o tipo de câncer mais frequente entre os homens. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), no país, são estimados 65.840 novos casos desse tipo de câncer para 2020. Só em 2018, 15.576 homens perderam suas vidas para a doença. Por isso, visando diminuir esses números e informar a população, é promovida a campanha Novembro Azul durante todo mês de novembro.

Segundo o oncologista especialista em Tumores Urológicos do Centro Especializado de Oncologia de Florianópolis (CEOF), Dr. Marcelo Freitas, um dos temas de maior controvérsia com relação ao câncer de próstata é a realização de programas de rastreamento, que consistem na realização do exame de PSA em homens assintomáticos. O PSA é um exame de sangue que avalia a quantidade do antígeno prostático específico, que é uma proteína produzida pelas células cancerosas (malignas) e pelo tecido prostático (benigno).

O oncologista explica que o rastreamento do câncer de próstata é diferente da detecção precoce, já que o primeiro é feito em pacientes que não apresentam sintomas, de forma preventiva, e a segunda opção consiste em uma estratégia para encontrar o tumor em fase inicial, ou seja, no início do desenvolvimento dos sintomas.

— A decisão sobre quem deve fazer o exame de PSA é do paciente e depende de uma série de fatores, incluindo preferências pessoais e riscos individuais. Caso você julgue que a estratégia de rastreamento com PSA é o ideal para você, sugere-se que seja realizado o exame de PSA em intervalos entre cada 2 a 4 anos, em pacientes que tenham entre os 55 a 69 anos, mas os pacientes com fatores de risco podem iniciar mais precoce. A maioria das organizações recomendam parar o rastreamento após os 70 anos — explica o Dr. Marcelo.

Fatores que aumentam o risco de ter câncer de próstata

O câncer de próstata é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de 75% dos casos ocorrem em homens com idade a partir dos 65 anos. Além disso, já foi observado que a doença é mais recorrente em homens afrodescendentes.

— Por razões não bem entendidas, homens negros tem um maior risco de desenvolver e morrer de câncer de próstata — explica o Dr. Marcelo.

Outro fator que pode ser responsável por aumentar o risco de se contrair a doença é se um parente próximo (pai, tio ou irmão) já foi diagnosticado com câncer de próstata antes dos 65 anos. Para finalizar, uma dieta rica em gordura animal e pobre em vegetais também pode aumentar o risco de câncer de próstata.

Rastreamento do câncer de próstata: um assunto controverso

Em 2012, após a publicação de alguns estudos, o United States Preventive Services Task Force (USPSTF) fez uma recomendação contra a prática de realizar exames para câncer de próstata em homens assintomáticos, considerando que o rastreamento do câncer de próstata trazia mais riscos do que benefícios. Diversas organizações, como European Society for Medical Oncology (ESMO), National Health System (NHS) e o Ministério da Saúde do Brasil ainda seguem esse posicionamento.

Porém, em 2018, USPSTF atualizou essa diretriz e passou a recomendar que, para homens com idade entre 55 a 69 anos, a decisão de realizar o exame de PSA periodicamente com o objetivo de rastreamento deveria ser individual.

— Antes da tomada de decisão, os homens devem ter a oportunidade de discutir os benefícios e prejuízos de serem rastreados com seu médico e incluindo seus valores e preferências na decisão — acrescenta Dr. Marcelo.

Vantagens e desvantagens do rastreamento do câncer de próstata

Detectar certos tipos de câncer de próstata precocemente pode impedir que o tumor cause sintomas ou se espalhe para outras partes do corpo. Além disso, pode representar a realização de tratamentos menos agressivos.

— O rastreamento está relacionado a uma redução da mortalidade por câncer de próstata, pois a cada 570 pacientes que fazem rastreamento ao longo de 16 anos, 18 são tratados e uma morte é evitada. Considerando que estamos falando de uma doença com alta incidência, são números relevantes e semelhantes ao rastreamento do câncer de mama — assegura Dr. Marcelo.

Uma das falhas relacionada a dosagem do PSA é que um resultado alterado pode ser consequência de uma condição que não seja câncer, como hiperplasia prostática benigna ou prostatite. Dessa forma, podem acontecer os chamados exames falso-positivos, que ocorrem em cada 3 de 4 exames de PSA alterado, e que levam a realização de outros procedimentos, em especial uma biópsia da próstata.

— Diagnóstico excessivo (overdiagnosis) e tratamento excessivo (overtreatment) são duas condições desfavoráveis relacionadas a prática do rastreamento do câncer de próstata. A primeira refere-se à identificação de tumores de baixo grau que não exigem tratamento, condição que aumenta duas vezes com a estratégia de rastreamento. Viver com um tumor que não precisa ser tratado pode causar stress e ansiedade. A segunda refere-se ao fato de realizar terapias para o câncer de próstata para tumores de baixo grau, trazendo sequelas como disfunção erétil e incontinência urinária, para tumores que jamais se tornariam clinicamente relevantes — explica o oncologista.

Pacientes com sintomas devem procurar ajuda médica

Para aqueles pacientes que apresentam sintomas, a recomendação é procurar orientação médica. -Pacientes com sintomas como dificuldade de urinar, diminuição do jato de urina, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite ou sangue na urina, devem procurar assistência médica e realizar o toque retal e o exame de PSA. Na maior parte das vezes, esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que eles sejam investigados por um médico - , explica Dr. Marcelo.

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