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Saúde

Câncer de próstata: estudo traz dados inéditos sobre o diagnóstico e tratamento

Estudo feito por pesquisadores brasileiros, nos EUA, analisou dados de mais de 650 mil pacientes que fizeram tratamento de câncer de próstata pelo SUS

O Sul
por  O Sul
08/06/2023 09:09 – atualizado há 8 dias
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Um estudo feito por pesquisadores brasileiros, nos Estados Unidos, analisou dados de mais de 650 mil pacientes que fizeram tratamento de câncer de próstata pelo SUS. O resultado da pesquisa foi divulgada durante o principal congresso de oncologia do mundo, realizado em Chicago, nos Estados Unidos.

Com a ajuda de ferramentas de inteligência artificial, os médicos analisaram informações de mais de 657 mil pacientes com câncer de próstata que foram atendidos pelo SUS nos últimos 15 anos. Os pesquisadores explicam que esse banco de dados é tão completo que permite uma série de análises. E alguns pontos chamam a atenção:

– um em cada quatro pacientes chegou ao serviço público de saúde com tumores em estágio avançado;

– os tratamentos utilizados foram considerados antigos, com uso de medicamentos ineficazes.

– os dados mostram ainda uma subutilização da quimioterapia.

O médico Daniel Herchenhorn, professor da Universidade da Califórnia, em San Diego, e coordenador do estudo, diz que os resultados demostram um problema de saúde pública e podem ajudar as autoridades a tomarem decisões mais assertivas.

“Essa é a grande beleza de a gente conhecer os nossos dados e a gente poder trabalhar os dados, trabalhar a informação e isso, obviamente, gerar um conhecimento que permita a gente tratar as pessoas de forma melhor e, obviamente, tentar organizar o custo que o país está disposto a pagar em cima disso. Lembrando que câncer é a segunda maior causa de morte, no mínimo. Câncer de próstata afeta cerca de um a cada oito homens. Então, isso demostra a importância de a gente conhecer os dados brasileiros para que a gente possa, assim, refletir e entender exatamente o que estamos fazendo de certo e o que estamos fazendo de errado e que podemos melhorar”, diz Daniel Herchenhorn.

Se alguns dados preocupam, outros são positivos. Ao analisar os indicadores por raça, os pesquisadores dizem que, no Brasil, não encontraram diferenças significativas entre o atendimento médico dado a brancos e negros com câncer de próstata que procuraram a rede pública. Uma evidência, segundo o estudo, do alcance e da importância do Sistema Único de Saúde brasileiro.

“Em vários países do mundo, pessoas de raça negra, por exemplo, chegam com doença mais avançada no sistema público de saúde e, infelizmente, têm resultados piores de tratamento. Isso, a gente mostrou que é diferente no Brasil. Pessoas de raça branca ou raça negra foram tratados da mesma forma, com os mesmos custos, com as mesmas opções de tratamento. Então esse é um dado bastante positivo e inédito ainda no Brasil”, diz Herchenhorn.

O Ministério da Saúde disse que uma das prioridades da atual gestão é o fortalecimento do complexo industrial da saúde, e informou que a inclusão de novas terapias e tratamentos é feita após avaliação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias, a Conitec.

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