Carla Zambelli é presa na Itália dois meses após deixar o Brasil
Deputada foi incluída na lista vermelha da Interpol e é alvo de condenação por falsidade ideológica e invasão de sistema do CNJ.
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi presa na Itália nesta terça-feira (29), dois meses após deixar o Brasil. A prisão ocorreu após a inclusão de seu nome na lista vermelha da Interpol, tornando-a procurada em 196 países. A ordem de prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após Zambelli ser condenada a 10 anos de reclusão por falsidade ideológica e invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Zambelli saiu do Brasil em 25 de maio pela fronteira com a Argentina, em Foz do Iguaçu (PR), e seguiu para os Estados Unidos, de onde anunciou sua fuga no início de junho. Em seguida, viajou para a Itália, alegando cidadania italiana e afirmando que lá seria “intocável” e não poderia ser extraditada por decisão de Moraes.
Inicialmente, ela afirmou que sua viagem era para tratamento de saúde na Europa, mas depois admitiu, em entrevista à CNN Brasil, que o objetivo era escapar da justiça brasileira. No dia seguinte à entrevista, Moraes determinou sua prisão preventiva, atendendo a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). O ministro entendeu que a viagem foi uma tentativa clara de fugir da aplicação da lei penal, já que ocorreu às vésperas do julgamento de um recurso da parlamentar no STF.
Em 6 de junho, o Supremo rejeitou o recurso e declarou trânsito em julgado da condenação, o que significa que não há mais possibilidade de apelações.
Além dessa condenação, Carla Zambelli também é ré em outro processo, por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal. Neste caso, o julgamento teve início em março, e já há maioria dos ministros pela condenação e cassação do mandato, mas a decisão final foi adiada por um pedido de vista do ministro Nunes Marques.