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Cartórios registram o janeiro mais mortal da série histórica no RS
No mês que marcou avanço dos casos causados pela variante ômicron no estado, número de óbitos cresceu 9% em relação ao mesmo mês do ano passado e mortes por pneumonia aumentaram mais de 50%.
No mês que marcou avanço dos casos causados pela variante ômicron no estado, número de óbitos cresce 9% em relação ao mesmo mês do ano passado e mortes por pneumonia aumentam mais de 50%.
O aumento de casos de COVID-19 causados pela variante ômicron e seus diferentes reflexos no organismo humano pode ser uma das explicações para o recorde histórico de óbitos registrados pelos Cartórios de Registro Civil gaúchos em janeiro de 2022, o mais mortal desde o início da série histórica em 2003, com um aumento de mais de 50% nos falecimentos por pneumonia em comparação ao mesmo mês de 2021.
Em janeiro de 2022 foram registrados 9.833 óbitos no Rio Grande do Sul, um aumento de 9% em relação a 2021, que registrou 8.983 mortes no mês, e que já havia registrado crescimento de 20% nas mortes em relação a janeiro de 2020, ainda antes do início da pandemia no país. Já as mortes por pneumonia passaram de 896 em janeiro de 2021 para 1.396 neste ano. Em 2020, antes da pandemia, foram 897 mortes pela doença.
Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil (https://transparencia.registrocivil.org.br/inicio), base de dados administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen/BR), abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos 7.658 Cartórios de Registro Civil do País – presentes em todos os 5.570 municípios brasileiros -, e cruzados com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que utilizam como base os dados dos próprios cartórios brasileiros.
Outro dado observado pelos números de óbitos registrados pelos Cartórios gaúchos está relacionado ao crescimento de mortes por doenças do coração em janeiro deste ano na comparação com o primeiro mês do ano passado: AVC (36%), Infarto (23%) e Causas Cardiovasculas Inespecíficas (46%). Também registraram crescimento as mortes por Septicemia (33%) e Indeterminada (48%). Já os óbitos por Covid-19 tiveram redução de 59% no período.
“Diante do avanço da variante ômicron, o Rio Grande do Sul passou a bater recordes de infecções no mês de janeiro. Os cartórios gaúchos continuam acompanhando em tempo real a evolução das mortes cardiovasculares e relacionadas à Covid-19, com os dados disponíveis no Portal da Transparência, o que muito auxilia para que os governos locais possam projetar como lidar com a situação”, explica o presidente da Arpen/RS, Sidnei Hofer Birmann.