Segurança

Caso Rafael: Julgamento da mãe do menino começa na segunda-feira (16), em Planalto

Alexandra Salete Dougokenski está presa desde maio de 2020 pelo assassinato do próprio filho, Rafael Mateus Winques, que tinha apenas 11 anos.

Por Rádio Guaíba Publicado em 13/01/2023 16:59 - Atualizado em 03/06/2024 11:34

A juíza Marilene Parizotto Campagna, titular da Vara de Planalto, cidade localizada no Norte do Rio Grande do Sul, antecipou para esta segunda-feira (16) o julgamento de Alexandra Salete Dougokenski. A mulher está presa desde maio de 2020 pelo assassinato do próprio filho, Rafael Mateus Winques, que tinha apenas 11 anos.

O júri popular – que vai apurar as responsabilidades da ré nos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver, falsidade ideológica, e fraude processual – acontece no Foro de Planalto, com circulação restrita aos envolvidos. Isso porque o município tem apenas 10 mil habitantes, e a estrutura não é apta a receber um caso destas proporções.

As qualificadoras apontadas pelo Ministério Público na morte do menino são: motivo torpe, motivo fútil, asfixia, dissimulação e recurso que dificultou a defesa da vítima. Ao todo, 11 testemunhas devem prestar depoimento. Três não moram na região de Planalto. Nestes casos, a fala acontecerá por videoconferência.

O júri será marcado pelo primeiro encontro entre a acusada, Alexandra, com o pai de Rafael, Rodrigo Winques. Uma acareação será feita entre eles. A Justiça decidiu que as partes podem optar por ficar em silêncio, se assim desejarem. Isso porque, depois de confessar ter matado o filho, a mulher passou a culpar o ex-companheiro pelo crime.

Rodrigo permanecerá incomunicável até o interrogatório de Alexandra. Esta será a segunda tentativa de encerrar o caso que começou em 15 de maio de 2020. Em março do ano passado, o júri popular foi encerrado apenas 11 minutos após o seu início. A defesa da ré deixou o local após a juíza negar um pedido de perícia em um áudio atribuído a Rafael.

Os advogados sustentavam que o arquivo teria sido criado no celular de Rodrigo após o horário do registro de desaparecimento do garoto, feito por Alexandra junto à Polícia. No entanto, uma perícia comprovou que o material foi encaminhado para o pai do garoto. Ainda assim, tanto defesa quanto acusação sustentam que a prova os beneficiam.

O despacho que revelou a nova data do julgamento também determinou que Alexandra permanecesse presa em Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre, até a sentença. Os debates do caso terão um tempo maior do que o normal. Acusação e defesa terão, cada, duas horas e meia para falar, duas horas para réplica e duas para tréplica.

Relembre o caso


Rafael Mateus Winques desapareceu em 15 de maio de 2020. O corpo foi encontrado dez dias depois, em uma caixa de papelão colocada no terreno da casa vizinha ao lado da que residia com a mãe e o irmão, no bairro Medianeira, em Planalto. A causa da morte indicada pela perícia foi asfixia mecânica, provocada por estrangulamento.

Conforme a denúncia do MP, Alexandra matou o filho por se sentir incomodada com as negativas dele em acatar ordens e diminuir o uso do celular e os jogos online. Ainda de acordo com a acusação, a ré deu ao menino comprimidos de Diazepam e, por volta das 2h, estrangulou a criança com uma corda.

Conteúdo relacionado