Segurança
CBMRS promove certificação estadual de binômios em Santa Maria
Bombeiros militares e cães passam por provas para nivelamento de conhecimentos em busca, salvamento e resgate.
A Câmara Técnica de Cinofilia do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul (CBMRS) está promovendo a certificação dos cães e dos cinotécnicos que conduzem os caninos em operações de busca, salvamento e resgate em enchentes, estruturas colapsadas e em condições climáticas adversas. A capacitação acontece entre esta terça-feira (3/8) e sexta-feira (6/8) em Santa Maria.
Labrador, Pastor Alemão, Boiadeiro Australiano, Pastor Belga Malinois, Border Collie, Bloodhound, Labrador Retriever e Pastor Holandês são as raças dos 21 cães que formam os binômios com os bombeiros militares inscritos para as provas desta edição da certificação estadual.
A programação do exercício de avaliação e certificação de binômios inicia-se com a apresentação dos membros da câmara técnica e reunião dos oficiais e praças avaliadores do curso. Após essa introdução, os candidatos são apresentados e médicos veterinários realizam a certificação e inspeção sanitária dos cães.
Provas de certificação
A certificação é constituída por provas de obediência e por busca rural e urbana, de vítimas vivas ou mortas. Para a prova de buscas, é simulada uma ocorrência em uma área delimitada, com número de vítimas definido e o tempo cronometrado. A avaliação considera não apenas a pontuação por localizar a vítima, mas também a estratégia de busca, o trabalho do binômio, a qualidade com que o cão se apresenta, a capacidade física dele e a sinalização com latido quando localizar a vítima.
As indicações de vítimas em ambientes urbanos não são simples e nem sempre os cenários, os mesmos. Esses locais de buscas dependem de variáveis como tipo e posição dos escombros, possibilidade de acesso, temperatura ambiental e presença ou ausência de correntes de vento, entre outras especificidades.
Nos colapsos estruturais de edificações, apesar de toda a tecnologia já desenvolvida, os cães ainda trazem um benefício significativo nas buscas. Os cães, quando bem treinados, podem localizar também a presença do odor humano entre os escombros, enquanto a maioria dos equipamentos é baseada na ampliação de gemidos e pequenos sussurros das vítimas soterradas. Para esta simulação, foi cedido o espaço da empresa Ecosanta (Gestão Integrada de Resíduos Ltda.), em Santa Maria.
O emprego de cães é muito utilizado para buscas de pessoas perdidas em matas, montanhas ou campos. A prova de busca rural será na Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro). Essa atividade usa as características primitivas do cão em seguir a pista deixada por sua caça. Os cães tendem a adaptar-se com facilidade ao meio rural pelos seus instintos, de forma que a maioria dos ambientes lhes é muito familiar. O grande desafio nesse tipo de buscas é fazer com o que cão deixe sua curiosidade de lado e foque no trabalho.
Nas buscas rurais e as urbanas, as duplas usarão como base a técnica chamada de venteio, a mais utilizada porque melhor se adapta à atuação das equipes humanas de busca. Com ela, um cão busca odores de seres humanos em determinada área. No exercício para localizar vítimas vivas, é utilizado um figurante. Para a localização de restos mortais, um composto orgânico volátil é inserido em um manequim.
Na prova de obediência, o cinófilo precisa mostrar domínio sobre o cão. Além de passar pelo circuito de obstáculos solicitados pelo condutor, o cão deve acatar os comandos como “junto”, “fica”, “aqui” e “senta”. Além de atendê-los, o cão deve realizar uma série de deslocamentos.