COMUNICAÇÃO
Celular domina os lares brasileiros enquanto rádio e TV perdem espaço
Somente no último ano, 2,3 milhões de domicílios deixaram de contar com o rádio. Também registra-se número cada vez menor de TVs, computadores.
A presença do rádio nas casas brasileiras está em queda acelerada. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) de Tecnologia da Informação e Comunicação, divulgados nesta quinta-feira (24) pelo IBGE, mostram que, em 2024, 41,2 milhões de domicílios não possuem mais o aparelho — o que equivale a 51,5% do total. É a primeira vez, desde o início da pesquisa em 2022, que o número de lares sem rádio supera o de lares com o dispositivo.
Somente no último ano, 2,3 milhões de domicílios deixaram de contar com o rádio. Especialistas associam essa tendência à substituição do equipamento por plataformas digitais como o streaming de música e podcasts, que podem ser acessados por meio de celulares, notebooks e smart TVs. “A internet absorve todas as outras mídias. O conteúdo por áudio não está em declínio, ele apenas mudou de plataforma”, afirma Ronaldo Lemos, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro.
Além do rádio, outros aparelhos eletrônicos também estão perdendo espaço nos lares. A posse de televisores caiu de 94,3% em 2023 para 93,9% em 2024, atingindo 75,2 milhões de domicílios. Os computadores seguiram a mesma tendência, com leve recuo de 39% para 38,6% no período.

Em contraste, o celular se consolidou como o principal equipamento nos lares brasileiros, presente em 97% dos domicílios. Já o telefone fixo convencional praticamente desapareceu: apenas 7,5% das residências ainda fazem uso dele em 2024.
A TV por assinatura também segue em declínio. Em 2024, apenas 24,3% dos domicílios com televisão mantêm o serviço, o menor patamar já registrado. O desinteresse pela modalidade, segundo o IBGE, agora supera o fator custo, que era a principal razão apontada anteriormente.
O crescimento das plataformas de streaming ajuda a explicar essa mudança de comportamento. Em 2024, 43,4% dos domicílios com TV tinham acesso a serviços de vídeo sob demanda, contra 42% no ano anterior, evidenciando uma preferência cada vez maior por conteúdos sob demanda, personalizados e digitais.