Censo 2022 revela queda na taxa de fecundidade e adiamento da maternidade no Brasil

Mulheres brasileiras estão tendo menos filhos e em idades mais avançadas; fatores como escolaridade, religião e raça influenciam os índices.

Por Redação Publicado em 27/06/2025 14:53 - Atualizado em 27/06/2025 14:59

As mulheres brasileiras estão tendo menos filhos e postergando a maternidade, segundo dados do Censo Demográfico de 2022, divulgados nesta sexta-feira (27) pelo IBGE. A pesquisa considera mulheres na faixa etária de 15 a 49 anos.

A queda é parte de uma tendência histórica: em 1960, a média era de 6,28 filhos por mulher. Desde 2010, o Brasil está abaixo da taxa de reposição populacional, que é de 2,1 filhos por mulher.

Além da redução no número de filhos, o estudo mostra que as brasileiras estão engravidando mais tarde. A idade média da fecundidade passou de 26,3 anos em 2000 para 28,1 em 2022. A tendência foi observada em todas as regiões, com o Distrito Federal registrando a maior idade média (29,3 anos) e o Pará, a menor (26,8 anos).

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O percentual de mulheres que chegam ao fim da vida reprodutiva sem filhos também aumentou. Entre aquelas com 50 a 59 anos, esse índice passou de 10% em 2000 para 16,1% em 2022. No Sudeste, chega a 18%.

A pesquisa ainda revelou diferenças conforme religião, raça e escolaridade. Evangélicas apresentaram a maior taxa de fecundidade (1,74), enquanto espíritas (1,01) e seguidoras da umbanda e candomblé (1,25) tiveram as menores. Mulheres indígenas permanecem acima da taxa de reposição, com média de 2,8 filhos.

No recorte racial, asiáticas (amarelas) e brancas apresentaram as menores taxas (1,2 e 1,4, respectivamente), enquanto pretas (1,6), pardas (1,7) e indígenas superam a média nacional.

O nível de escolaridade também tem forte impacto: mulheres sem instrução ou com ensino fundamental incompleto têm, em média, 2,01 filhos, enquanto aquelas com ensino superior completo apresentam taxa de apenas 1,19. A idade média da maternidade também varia: 26,7 anos entre as menos escolarizadas e 30,7 entre as com nível superior.

* Com informações de Agência Brasil