Agro
Chuvas irregulares beneficiam semeadura e lavouras de milho recém-implantadas
Conforme o Informativo Conjuntural produzido e divulgado nesta quinta-feira (19/01) pela Emater/RS-Ascar, a área semeada alcançou 93% da projetada inicialmente.
A semeadura do milho no Estado evoluiu 1%, e a operação ocorreu em pequenas áreas onde houve chuvas pontuais e em áreas em sucessão ao tabaco. Conforme o Informativo Conjuntural produzido e divulgado nesta quinta-feira (19/01) pela Emater/RS-Ascar, a área semeada alcançou 93% da projetada inicialmente.
A ocorrência das chuvas, principalmente entre sexta e sábado (13 e 14/01), mas com volumes ainda muito variáveis, beneficiaram as lavouras recém-implantadas e permitiram a semeadura onde a umidade nos solos foi restabelecida.
Para as lavouras com ciclo mais avançado, as chuvas não diminuíram as perdas de produtividade, que são variáveis, mas mais graves nas regiões Centro e Oeste do Estado. A área estimada de cultivo para a safra 2022/2023 é de 831.786 hectares.
Milho silagem - Houve prosseguimento no corte de lavouras para ensilagem, e, no final do período, as chuvas favoreceram a retomada do plantio e lavouras em desenvolvimento e em fases reprodutivas. As perdas na produtividade permanecem mais acentuadas nas regiões Centro e Noroeste do Estado. A qualidade também é afetada; houve pequena proporção de grãos e massa vegetal excessivamente fibrosa e seca.
A área estimada de cultivo de milho silagem é de 365.467 hectares, e a produtividade esperada inicialmente é de 37.857 kg/ha.
CULTURAS DE VERÃO
Soja - A área projetada para a safra 2022/2023 é de 6.568.607 hectares. A produtividade estimada é de 3.131 kg/ha. A cultura está em implantação, que já foi efetuada em 98% da área
projetada.
Houve a ocorrência de chuvas na maior parte das regiões produtoras, concentradas nos dias 13 e 14 de janeiro, o que deu sobrevida a cultivos afetados pela insuficiência de umidade
nos solos. Contudo, a Oeste e na faixa Central do Estado, as precipitações foram insignificantes ou nem ocorreram, prosseguindo o déficit hídrico e seus efeitos sobre as lavouras.
A cultura apresenta grande variação de potencial produtivo em relação à época de plantio, à (má) distribuição das chuvas e às condições topográficas. Observou-se lavouras com plantas de porte médio a elevado, coloração verde, mas com população adequada e sem qualquer sinal de estresse. Na mesma região, encontram-se lavouras com plantas amareladas, com desfolha, porte baixo, estande inadequado e até mesmo morte de plantas nos casos de estresse hídrico mais extremo. Mesmo com a capacidade de emissão de novos ramos, que podem compensar parcialmente os problemas de baixa população, as plantas não encontram condições ambientais favoráveis para expressar essa característica. A diferença de situação evidencia que o plantio em solos de textura arenosa e, principalmente, em rasos não é adequado em anos com previsões de restrição de chuvas.
Feijão 1ª safra - A área projetada de feijão 1ª safra é de 30.561 hectares. A produtividade estimada inicialmente é de 1.701 kg/ha.
Durante o período, houve prosseguimento na colheita e finalização em alguns municípios. A produtividade e a qualidade são variáveis, conforme a distribuição das chuvas
irregulares. As precipitações ocorridas entre 13 e 14 de janeiro favoreceram as lavouras em estágios iniciais de desenvolvimento, principalmente nos Campos de Cima da Serra.
Arroz - A área estimada de arroz pelo IRGA é de 862.498 hectares. A produtividade projetada é de 8.226 kg/ha.
As lavouras estão com 75% em desenvolvimento vegetativo, 20% em floração, e 5% já iniciaram a formação dos grãos. O tempo seco e ensolarado, na maior parte do período, permaneceu favorecendo o desenvolvimento, e a ocorrência de chuvas permitiu a manutenção, ao menos temporariamente, de reservatórios de irrigação.
O período foi de tratos culturais. Os rizicultores seguiram o manejo d’água e as lavouras em fase de floração receberam aplicação de fungicidas. Mesmo com registro de precipitações ao longo do período, a sanidade das plantas, de maneira geral, é satisfatória.
OLERÍCOLAS
Alface - Na regional de Bagé, em Quaraí, os produtores de alface estão sofrendo com as altas temperaturas e com a intensa radiação solar, que provocam queimaduras nas folhas, mesmo com a utilização generalizada de sombrite para a proteção dos cultivos.
No município de Santiago, na regional de Santa Maria, a produção encontra-se dentro do normal para o período, com redução da oferta e consequente aumento do preço do produto. Já em Santa Maria, é registrada a redução de novos cultivos em decorrência da pouca disponibilidade de água; a dúzia de alface continua a ser comercializada pelos produtores a
R$ 18,00.
Na regional de Santa Rosa, a dúzia está em torno de R$ 2,00, produzida somente em ambiente protegido.
Alho - Na regional de Caxias do Sul, os agricultores começaram a realizar a toalete do alho.
Em geral, os bulbos estão com qualidade e calibre satisfatórios, salvo algumas áreas tradicionais de cultivo que estão contaminadas por doenças de solo. O clima, no decorrer do ciclo da cultura, foi favorável, e foram raros os casos de perfilhamento. Os preços praticados nos últimos anos não estão acompanhando os custos de produção. Nos municípios tradicionalmente produtores, as lavouras de alho têm reduzido ano a ano devido principalmente à falta de possibilidade de rotação, o que gera produtividades cada vez menores, tornando inviável o cultivo. Os principais compradores informaram grande incerteza do mercado para a cultura. Atualmente a expectativa de remuneração varia de R$ 9,00 a R$ 10,00 para alho comercial das classes 5 a 7. Alho classe 4 está sendo cotado entre R$ 6,00 e 7,00/kg. Os de calibres menores e os bulbos com defeitos são destinados a indústria e estão sendo cotados a R$ 3,00/kg.
Na regional de Passo Fundo, a colheita foi finalizada; o produto é armazenado em galpões para a secagem dos talos e bulbos. Para o produto de boa qualidade, os agricultores estão recebendo propostas de comercialização na faixa dos R$ 16,00/kg.
Batata inglesa - Na regional de Passo Fundo a colheita se aproxima do seu final. Já está concluída a da variedade tipo branca, restando ainda cerca de 5% da variedade tipo rosa. A produtividade é de 30 t/ha nas áreas não irrigadas e de 40 t/ha nas áreas irrigadas; o preço pago aos agricultores é de R$ 140,00/sc. de 50 quilos da variedade tipo rosa e R$ 140,00/sc. de 50 quilos da variedade tipo branca proveniente da Serra Gaúcha.
Na regional de Santa Maria, no município de Silveira Martins, principal produtor da região, as lavouras estão colhidas. A nova safra será plantada no final do mês de fevereiro. Em relação ao preço, a batata branca está em R$ 200,00/sc. de 50 quilos, e a batata rosa está em R$ 160,00/sc. de 50 quilos, mas houve redução em relação à semana anterior em função do aumento da oferta no mercado local.
Brócolis, Couve-flor e Repolho - Na regional de Lajeado, as lavouras de brássicas em geral apresentam boas condições fitossanitárias, mas observaram-se, em alguns casos, problemas de queimaduras decorrentes da exposição à intensa radiação solar e às altas temperaturas, observadas no período. Nesta época, os produtores locais procuram fazer parcerias com agricultores de outros municípios que possuem áreas com altitudes maiores para o cultivo de brócolis, especialmente São Francisco de Paula e Cambará do Sul. Nesses municípios, as temperaturas são mais amenas,
portanto, mais favoráveis ao cultivo.
Na regional de Caxias do Sul, segue o plantio das variedades de verão de couve-flor, principalmente Veneza e Verona. As variedades Astro Plus e Azumi seguem predominando nas áreas de produção de repolho. Os preços pagos ao produtor na Ceasa sofreram uma elevação sazonal característica e esperada nesta época, mas, neste ano, o fenômeno tem apresentado maior intensidade por conta dos fatores meteorológicos. As condições climáticas do período causaram diminuição de oferta especialmente de couve-flor e brócolis de boa qualidade, ocasionando uma significativa elevação nos preços praticados para esses produtos.
Na regional de Soledade, as brássicas em geral enfrentam problemas neste período de calor, principalmente na Região do Baixo Vale do Rio Pardo, onde o calor é intenso. Com o predomínio do clima seco, intensifica-se a ocorrência de pulgões nessas culturas. O preço do repolho varia entre R$ 3,50 e R$ 4,00/unid. ao/produtor nas praças de Espumoso e Vale do Sol.