3,5 MIL VAGAS
Com prejuízo recorde Correios fazem concurso para a contratação de 3.511 funcionários
Caso as contas mantenham o ritmo atual, o rombo será maior que o recorde registrado em durante o governo Dilma Rousseff, de R$ 2,1 bilhões.
Os Correios realiza, neste domingo (15) as provas do concurso público nacional para preenchimento de 3.511 vagas, sendo 3.099 para o cargo de carteiro e 412 vagas imediatas para analista da estatal, com diversos perfis profissionais.
A aplicação das provas acontece em 306 localidades de todas as regiões do país. Conforme o edital de convocação, os portões serão abertos às 12h e o fechamento está marcado para as 12h45. O início da prova está previsto para as 13h.
Os candidatos deverão comparecer aos locais de prova com documento de identidade impresso com foto, além de caneta esferográfica de tinta azul ou preta.
A prova para os cargos de nível superior (analista) terá 50 questões das seguintes disciplinas: língua portuguesa; matemática; noções de informática; código de conduta ética e integridade; conhecimentos específicos. Ao todo, essas questões terão pontuação máxima de 60 pontos.
Conforme o edital, a prova discursiva de até 30 linhas, de caráter eliminatório e classificatório, será avaliada em uma escala de 0 a 10 pontos.
Somente serão corrigidas as provas discursivas dos candidatos que foram habilitados na prova objetiva e que estejam classificados dentro do limite de até três vezes o número de vagas, que considera a ampla concorrência, vagas para candidatos negros/indígenas e pessoas com deficiência, por cargo/especialidade/localidade.
Já para cargo de nível médio, a prova objetiva (de caráter eliminatório e classificatório) terá 50 questões de múltipla escolha sobre língua portuguesa, matemática, noções de informática, conhecimentos gerais e código de conduta ética e integridade.
Correios 2024
Quase 1,7 milhão de candidatos se inscreveram para as 3.511 vagas do concurso público dos Correios 2024. O número de candidatos supera em 55% o do último certame nacional da empresa, realizado em 2011.
Do total de inscritos, mais de 1,5 milhão estão inscritos no edital de nível médio, para o cargo de agente de Correios, e outros 111 mil no edital de nível superior, para o cargo de analista de Correios.
As especialidades de nível superior são: advogado, analista de sistemas, arquiteto, arquivista, assistente social e engenheiro. Para engenheiros e arquitetos, os salários serão ajustados para atender ao piso legal das categorias, atualmente em R$ 10.302.
O salário inicial do aprovado em nível médio (carteiro) será de R$ 2.429,26. Para os cargos de nível superior, o salário inicial é de R$ 6.872,48. A estatal oferece ainda vale-alimentação/refeição de cerca de R$ 1,4 mil. Em todos os casos. A empresa oferece possibilidade de adesão a plano de saúde e previdência complementar.
Em seu terceiro ano consecutivo com as contas no vermelho, a estatal contabilizou, de janeiro a setembro, prejuízo de R$ 2 bilhões, o maior já registrado para o período desde a sua fundação.
Documento interno da estatal que veio a público em outubro revela que, em razão da deterioração das contas, a estatal decretou um teto de gastos para o ano, de R$ 21,96 bilhões. A expectativa inicial era de receitas de R$ 22,7 bilhões em 2024. Agora, o número foi revisto para R$ 20,1 bilhões. O saldo em caixa, diz o ofício, deve ficar 83% menor que o reportado no início de 2024.
Mesmo que o teto de gastos seja cumprido, ainda haverá um prejuízo de ao menos R$ 1,7 bilhão. Mas, caso as contas mantenham o ritmo atual, o rombo será maior que o recorde registrado em 2015, durante o governo Dilma Rousseff (PT), de R$ 2,1 bilhões.
Desde fevereiro de 2023, a estatal é presidida por Fabiano Silva dos Santos, integrante do Prerrogativas, grupo de advogados simpáticos ao presidente Lula que atuou fortemente contra as acusações de processos da Lava Jato. Ele também é conhecido como “churrasqueiro de Lula” por sua proximidade com o petista e tem relação de amizade com o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR), filho do ex-ministro José Dirceu.
Silva dos Santos assumiu com a promessa de “desmilitarizar” a estatal, priorizar a competitividade e modernização e lutar para que o projeto de lei de privatização, parado no Senado, seja descartado.
Administração tenta evitar insolvência
Para evitar que a empresa entre em “estado de insolvência”, a administração estabeleceu, em ofício, “medidas urgentes” para “sanar a delicada situação econômico-financeira dos Correios, com vistas à recomposição das reservas necessárias ao seu funcionamento”.
Entre as providências, adotadas com base no limite de gastos, estão a suspensão temporária das contratações por, no mínimo, 120 dias e a renegociação do valor global dos contratos vigentes com redução no mínimo em 10% dos valores bloqueados em 2024 e 2025. Os contratos vigentes a partir de outubro deverão ser bancados com utilização de recursos oriundos da economia realizada.
Mais de 200 unidades dos Correios correm risco de despejo
Foi a forma encontrada para impedir o risco de despejo de 200 imóveis da estatal por falta de pagamento. O documento de notificação, recebido em outubro, mostra que os Correios tinham dívidas de R$ 9,5 milhões com pagamentos atrasados de condomínio e IPTU, além de demandas judiciais e TCDs (reconhecimento de dívidas).
São 122 imóveis com ação de despejo em andamento que podem ser executadas desde 30 de novembro. Há outros 127 contratos com prazo a vencer até o fim do ano. Entre eles estão 206 agências dos Correios, 34 centros de distribuição domiciliar, três centros de tratamento de cartas e encomendas e um centro de encomendas.
A diretoria pediu para redirecionar R$ 1,5 bilhão do aluguel de um centro de tratamento de cartas e encomendas em Contagem (MG), interditado em outubro, para renovar os contratos. A medida não surtiu efeito. A justificativa dos Correios para a interdição foi um problema de estrutura. Mas o proprietário, o fundo de investimentos TRBL11, não reconheceu o problema e cobrou laudos técnicos. No dia 6, a Defesa Civil do município de Contagem liberou o uso do galpão pela estatal.