EXPOINTER

Piscicultura mostra sistemas de criação de peixes

O extensionista da Emater/RS-Ascar, Flávio José de Souza Júnior, destaca que as diferenças entre os sistemas abrangem desde a dedicação necessária até o investimento feito.

Por Assessoria Publicado em 28/08/2024 08:47 - Atualizado em 28/08/2024 09:21

Dois sistemas de criação de peixes, o policultivo de carpas – húngara, prateada, cabeça grande e capim – que é uma alternativa de diversificação das propriedades voltada para a alimentação da família e venda do excedente, especialmente na Semana Santa, e o sistema intensivo de criação de tilápias, que é uma atividade mais profissional, e todos os aspectos que envolvem esses sistemas, podem ser conferidos na temática da Piscicultura, no Espaço da Emater/RS-Ascar na 47ª Expointer.

Divulgação

O extensionista da Emater/RS-Ascar, Flávio José de Souza Júnior, destaca que as diferenças entre os sistemas abrangem desde a dedicação necessária até o investimento feito. O policultivo de carpas requer menor investimento, especialmente em função das diferenças na alimentação, e menos dedicação e cuidados por parte dos produtores, mas a tilápia tem maior aceitação no mercado e um ciclo menor, sendo tirada dos viveiros para comercialização em seis meses (rendendo em torno de 300g de filé), enquanto a carpa leva dois anos (rendendo de 2 a 4 kg de peixe).

Souza também ressalta que não tem outro tipo de proteína que produza tanto quanto o peixe por m². “O retorno é muito alto com a piscicultura, porque em um hectare (ha) de lâmina d’água a quantidade de tilápia que se tira pode chegar a 60 toneladas. Então é um volume alto de produção por ha, se consegue adensar bastante nesses sistemas intensivos e ter um retorno bem alto, mas o investimento também é alto e o risco é maior”, frisa.

Densidade, qualidade da água e manejo


No policultivo de carpas é utilizado um peixe para quatro metros de lâmina d’água, enquanto que a criação de tilápia chega a trabalhar com dez peixes por m². Assim, as carpas requerem menos cuidados. “O cuidado é alimentar a capim, que ela depende do pasto, também dentro da água, ela come em torno de 20% do seu peso vivo por dia, quando o tempo está bom”, explica. Também é preciso ter cuidado no início, quando são largados os alevinos, por causa dos predadores.

Já as tilápias precisam ser alimentadas desde o início do ciclo com rações específicas, mais caras, que na fase inicial contêm mais de 50% de proteína, para, até o final do ciclo, atingirem o tamanho de mercado (para filé). “Outro cuidado é com o clima, a tilápia sente bastante com o frio, podendo morrer com temperatura abaixo de dez graus, se não tiver uma profundidade de lâmina d’água”, salienta.

Neste ano, a qualidade da água no viveiro na Expointer foi afetada pelas enchentes, por isso não há peixes. “Alterou bastante a parte química da água e isso afeta diretamente o peixe, pode matá-lo”, relata o extensionista. Embora o controle de temperatura de água e turbidez seja importante no policultivo de carpas, os maiores cuidados com a qualidade da água são exigidos na criação de tilápia em sistema intensivo, devido à alta densidade de peixes. Temperatura, turbidez da água, pH, nível de amônia, são alguns parâmetros que precisam ser controlados.