ARRITMIA CARDÍACA
Conheça a doença que gera mais de 300 mil mortes súbitas no Brasil
Problema atinge mais de 20 milhões de brasileiros, segundo a Sociedade Brasileira de Arritmias
A morte prematura de Juan Izquierdo, zagueiro que tinha apenas 27 anos, foi proporcionada por um descompasso nas batidas do coração, conhecido por arritmia cardíaca. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac), a doença atinge mais de 20 milhões de brasileiros e gera mais de 300 mil mortes súbitas ao ano no País.
Conforme a entidade, todas as pessoas vão apresentar arritmia em alguma fase da vida, caso não tenham cuidados preventivos. A doença pode chegar em qualquer idade, mas é mais comum na faixa etária entre 45 e 74 anos.
O diagnóstico é feito por meio de uma minuciosa avaliação clínica e por exames, como o eletrocardiograma, Holter, teste ergométrico e o estudo eletrofisiológico.
“Muitos pacientes não têm sintomas e a descoberta da arritmia acaba sendo acidental, tendo a morte súbita como a primeira e única manifestação. Nos casos em que ela apresenta sinais, é possível sentir palpitações, escurecimento da vista, tonturas, desmaios, palidez, sudorese, mal-estar, dores no peito, falta de ar”, explica o cardiologista José Carlos Pachón.
Existem arritmias benignas que, normalmente, ocorrem na parte superior do coração (átrios) e, apesar de interferirem nos batimentos cardíacos, dificilmente levam à morte. Já as arritmias cardíacas malignas, geralmente, ocorrem na parte inferior do coração (ventrículos) e podem ocasionar a morte súbita.
Um dos tipos mais importantes de arritmia cardíaca, muito comum e capaz de provocar o acidente vascular cerebral (AVC), é a fibrilação atrial. “Neste caso, tanto a frequência como a regularidade do ritmo cardíaco são afetados. Este distúrbio é o mais frequente da atualidade devido ao envelhecimento da população. No Brasil, estima-se que cerca de 2 milhões de pessoas sejam afetadas por esta arritmia cardíaca”, alerta Pachón.
“Quando, em repouso, o coração está em um ritmo lento (abaixo de 50 pbm), é constatada uma bradicardia. Já quando está acelerado (acima de 90 bpm), temos uma taquicardia”, explica o especialista.
Com base no diagnóstico, o médico irá indicar o tratamento adequado. “É possível utilizar medicamentos específicos, implante de marca-passos e a ablação por radiofrequência (que podem tratar de forma definitiva a arritmia cardíaca). A ablação por radiofrequência é o tratamento mais avançado da fibrilação atrial e o único que pode curar a arritmia sem medicamentos. É realizada através de cateteres que são levados ao coração por uma veia, sem a necessidade de cortes ou da abertura do tórax, em dois dias de internação”, detalha o cardiologista.