Economia
Copom mantém taxa de juros em 13,75% ao ano
Decisão encerra o ciclo de aumento que começou em março de 2021, quando a Selic estava em 2%, para barrar a inflação
Após uma sequência de 12 altas consecutivas para barrar a inflação, a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, foi mantida em 13,75% ao ano. A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), do BC (Banco Central), foi anunciada nesta quarta-feira (21), encerrando o ciclo de aumento.
Desde a primeira alta, em março de 2021, quando a Selic estava na mínima de 2%, a taxa subiu 11,75 pontos percentuais, o maior choque de juros desde 1999, quando, durante a crise cambial, o BC elevou a Selic em 20 pontos percentuais de uma vez só.
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas opções de investimento pelas famílias.
A decisão não foi unânime. Segundo o comunicado divulgado pelo Banco Central após a reunião do comitê, sete dos nove membros votaram pela manutenção de 13,75%, e os outros dois votaram por uma elevação residual de 0,25 ponto percentual, o que jogaria a Selic para 14%.
O colegiado sinalizou também que a taxa pode voltar a subir. “O Comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”, afirmou o Copom em comunicado.
"O Comitê entende que essa decisão reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva, e é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2023 e, em grau menor, o de 2024. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego", disse o comitê em nota.
Com a queda dos preços da gasolina e da energia elétrica, o índice começou a desacelerar e registrou deflação de 0,68% em julho, quando a taxa foi a menor desde 1980, e de 0,36%, em agosto. Com isso, a previsão atual é que o IPCA encerre 2022 em 6,4%.
Além da queda da inflação, a atividade da economia surpreendeu com a alta de 1,2% no segundo trimestre deste ano frente ao trimestre anterior, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).