Agro
Crise de fertilizantes eleva preços de alimentos no mundo todo
Com a crise de fertilizantes, as principais culturas básicas – milho, arroz e trigo – estão ainda mais ameaçadas.
Os preços globais dos alimentos subiram mais de 30% nos últimos 12 meses, para o maior nível em uma década, na esteira dos efeitos da mudança climática que destroem safras e do impacto da pandemia na produção.
Ao mesmo tempo, cerca de um décimo da população mundial já não tem o que comer. Com a crise de fertilizantes, as principais culturas básicas – milho, arroz e trigo – estão ainda mais ameaçadas, elevando o subíndice Bloomberg Grains Spot em cerca de 4% no último mês.
Fertilizantes à base de nitrogênio, o nutriente mais importante das lavouras, são produzidos por meio de um processo que depende do gás natural ou carvão. A oferta desses combustíveis agora está muito apertada, obrigando fábricas de fertilizantes na Europa a reduzir a produção ou, em alguns casos, fechar.
Além disso, a China limitou as exportações para garantir o abastecimento doméstico. Isso se soma às elevadas taxas de frete, aumento de tarifas e condições climáticas extremas, que causaram disrupção nas exportações globais.
É difícil mensurar a importância dos fertilizantes para o abastecimento alimentar. Até alimentos orgânicos usam esterco e outros nutrientes. Mas fertilizantes sintéticos são os que têm o maior peso na produção de alimentos.
Desde o início da fabricação de fertilizantes sintéticos há pouco mais de um século, a população mundial cresceu de cerca de 1,7 bilhão para aproximadamente 7,7 bilhões, em grande parte graças à enorme produtividade das safras. Alguns especialistas até estimaram que a população global corresponderia à metade do número atual sem o fertilizante de nitrogênio.
Com os choques de oferta sem precedentes e preços recordes nos mercados de fertilizantes, a inflação de alimentos dispara no mundo todo.
Os futuros globais das commodities já refletem essa pressão. Os preços de referência do trigo subiram para o nível mais alto desde 2012, o café está perto da máxima dos últimos anos, e o milho também avançou.
Fonte: Money Times com adaptação da Fecoagro/SC