"ESTÃO AVISADOS"
Críticas dos EUA a Alexandre de Moraes elevam tensão diplomática com o Brasil
"O ministro Moraes é o principal arquiteto da censura e perseguição contra Bolsonaro e seus apoiadores", diz o texto.
A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil publicou, nesta quinta-feira (7), uma nova mensagem nas redes sociais com críticas diretas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O comunicado reforça a posição do governo do ex-presidente Donald Trump, que recentemente sancionou Moraes com base na Lei Magnitsky, acusando-o de violações de direitos humanos e perseguição política contra Jair Bolsonaro e seus aliados.

O texto divulgado pela embaixada faz referência a um post anterior de Darren Beattie, subsecretário de Diplomacia Pública dos EUA, que também acusa o ministro de ser "o principal arquiteto da censura e perseguição contra Bolsonaro". A publicação afirma que as ações de Moraes levaram às sanções determinadas por Trump, que bloqueiam eventuais bens do ministro nos Estados Unidos e proíbem transações com cidadãos e empresas norte-americanas.
A Lei Magnitsky é usada pelos EUA para aplicar sanções contra cidadãos estrangeiros acusados de corrupção ou violações graves de direitos humanos. Segundo comunicado do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, Moraes estaria conduzindo uma "caça às bruxas" contra Bolsonaro, em uma campanha marcada por "censura, detenções arbitrárias e processos com motivação política".
Além disso, a embaixada norte-americana declarou que aliados de Moraes no Judiciário e em outras esferas estão sendo monitorados, e alertou para que não facilitem ou apoiem sua conduta. A nota eleva o tom da retórica contra o ministro, num momento de crescente polarização política envolvendo o Judiciário brasileiro.
Em resposta, o Supremo Tribunal Federal saiu em defesa de Alexandre de Moraes. Em nota oficial, a Corte afirmou que todas as decisões do ministro nos processos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro foram confirmadas pelo colegiado competente do STF, rebatendo a acusação de atuação individual ou arbitrária.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também comentou o episódio e afirmou que poderá discutir o tema diretamente com o secretário do Tesouro dos EUA, caso necessário. A fala busca demonstrar disposição do governo brasileiro em preservar o diálogo institucional, apesar do tom confrontativo adotado pela gestão Trump.
A crise diplomática ganha contornos inéditos, ao envolver diretamente o Judiciário brasileiro em um embate com autoridades estrangeiras. Especialistas em relações internacionais alertam para os possíveis impactos desse episódio no ambiente político e econômico, especialmente diante da possibilidade de sanções mais amplas.
Enquanto isso, a atuação de Alexandre de Moraes segue no centro do debate político nacional, sendo alvo tanto de duras críticas quanto de expressivos apoios institucionais. A situação expõe a complexa relação entre independência judicial, política interna e pressões externas.