Economia
Dados da CNC, mostram que três de cada dez famílias brasileiras têm contas atrasadas
Segunda alta seguida do indicador ocorre após liberação de saque do FGTS e antecipação do 13º do INSS inibir dívidas a pagar
O número de consumidores com contas de consumo em atraso voltou a crescer no mês de agosto e atinge 29,6% das famílias brasileiras, mostram dados da CNC (Confederação Nacional do Comércio).
De acordo com o estudo, a segunda alta consecutiva do indicador é observada após moderação entre os meses de abril e junho, motivada pelo efeito das liberações de estímulos para a economia, com o saque-aniversário do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e a antecipação do 13º do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
O levantamento revela ainda que 10,8% dos consumidores não têm condição de pagar as dívidas já atrasadas, percentual que iguala o nível apurado em maio. Para as famílias que recebem até 10 salários mínimo de rendimentos mensais, a alta da contratação de dívidas foi mais expressiva (+1,1 ponto percentual) do que entre as famílias de maior renda (+0,9 ponto percentual).
"A alta do volume de famílias com contas atrasadas deu-se nas duas faixas de renda pesquisadas, mas foi maior entre as famílias de menor renda, o que mostra os desafios que esses consumidores seguem enfrentando na gestão mensal de seus orçamentos", afirma o estudo.
Na avaliação dos pesquisadores, a melhora do mercado de trabalho e as políticas de transferência de renda mais robustas têm favorecido a renda das famílias nas faixas mais baixas, mas a inflação ainda elevada desafia o poder de compra desses consumidores.
Os dados surgem no momento em que percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer atinge 79% do total de lares brasileiros. O número representa um crescimento de 1 ponto percentual na proporção de endividados na passagem de julho para agosto.