Demanda por IA no Paraguai leva Itaipu a considerar construção de duas novas turbinas
A hidrelétrica, que já possui 20 unidades e espaço para mais duas, pode passar por essa expansão para atender ao aumento do consumo paraguaio, impulsionado por crescimento econômico, instalação de data centers e mineração de criptomoedas.
A crescente demanda de energia no Paraguai levou a direção da usina de Itaipu a estudar a ampliação em 10% do número de turbinas geradoras. A hidrelétrica, que já possui 20 unidades e espaço para mais duas, pode passar por essa expansão para atender ao aumento do consumo paraguaio, impulsionado por crescimento econômico, instalação de data centers e mineração de criptomoedas. Segundo o diretor-geral Enio Verri, a ampliação dependerá de estudos técnicos, ambientais e de um acordo entre Brasil e Paraguai.

O diretor-geral de Itaipu, Enio Verri, esclareceu que o aumento de 10% no número de turbinas não implica necessariamente na mesma proporção de crescimento na capacidade de geração, pois isso dependerá da tecnologia aplicada. A usina, com 20 turbinas e potência instalada de 14 mil MW, pode ganhar duas novas unidades, mas o projeto ainda enfrenta entraves econômicos. Verri descartou, por ora, a elevação do nível do reservatório do Rio Paraná e destacou que a expansão só será viável com financiamento de longo prazo e acordo entre os governos e parlamentos de Brasil e Paraguai.
A possível ampliação da usina de Itaipu é um reflexo direto das transformações energéticas e tecnológicas que atravessam a América do Sul, especialmente no Paraguai. A crescente demanda energética, impulsionada por setores como data centers e mineração de criptomoedas, exige planejamento estratégico e investimentos estruturais. No entanto, é fundamental que qualquer expansão ocorra com responsabilidade ambiental, transparência nos custos e diálogo entre os países envolvidos. Apesar de ser tecnicamente viável, o projeto precisa de clareza quanto à sua real necessidade, retorno econômico e impacto socioambiental. A energia limpa é essencial para o futuro, mas não pode ser tratada apenas como resposta a pressões de mercado ou de setores altamente intensivos em consumo energético.