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Foto: Terezinha Vilk/Emater/RS
Agro

Dia de Campo sobre solos reúne produtores em Entre Rios do Sul

Dia de campo realizado em Entre Rios do Sul, nesta quinta-feira (10), sediado na propriedade do produtor Irineu Verseletti, reunindo pesquisa e Extensão Rural, através da Emater/RS-Ascar e Embrapa Trigo.

Terezinha Vilk/Emater/RS
por  Terezinha Vilk/Emater/RS
10/12/2021 18:23 – atualizado há 2 anos
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As melhores respostas para obter uma lavoura com alto rendimento estão no manejo do solo. O diagnóstico da estrutura do solo precisa considerar profundidade das raízes, infiltração de água e compactação. Estas e outras orientações foram repassadas para produtores durante um dia de campo realizado em Entre Rios do Sul, nesta quinta-feira (10/12), sediado na propriedade do produtor Irineu Verseletti, reunindo pesquisa e Extensão Rural, através da Emater/RS-Ascar e Embrapa Trigo.

Para realizar o método de demonstração, permitindo a análise e identificação de diferentes perfis do solo, foram abertas quatro trincheiras na lavoura cultivada com soja. Nas trincheiras, com amostras de 40 cm de profundidade, foram feitas coletas de solos juntamente com os produtores para avaliar a compactação do solo, dentre outros aspectos.

Foto: Terezinha Vilk/Emater/RS

As orientações foram repassadas pela equipe da Embrapa Trigo, composta pelos engenheiros agrônomos Jorge Lemainski, André Júlio do Amaral e Marcelo Klein. “A partir das informações sobre os aspectos físicos e químicos do solo, o produtor pode adotar um manejo voltado para a rentabilidade e produtividade da lavoura”, garantiu Lemainski. No entanto, ele chamou atenção para um conjunto de práticas, começando pelo acompanhamento do desenvolvimento das plantas para fazer o diagnóstico. Ele citou como exemplo uma lavoura de soja com solo compactado, cujo rendimento foi de 29,5 sacas por hectare, e outra com solo descompactado, que resultou em 62 sacas por hectare, avaliada em 2016. “Quase o dobro do rendimento, sendo a única diferença a compactação do solo”, ponderou.

Foto:Terezinha Vilk/Emater/RS

O engenheiro agrônomo Marcelo Klein reforçou os cuidados com a conservação do solo, observando que a cobertura com palha ajuda a manter a umidade, mas é a raiz que descompacta e permite à planta acessar o reservatório da água nas camadas mais profundas do solo.

Outro fator determinante para garantir o êxito das lavouras, segundo os palestrantes da Embrapa Trigo, é a taxa de infiltração. O pesquisador André Amaral usou um equipamento chamado de penetromêtro para demonstrar o quanto de água da chuva infiltra e o quanto escorre devido às enxurradas. Na prática, foi simulada chuva de intensidade de 300 mm por hora, onde a taxa de infiltração chegou a 72%. “Essa taxa de infiltração demonstra um solo de boa qualidade, mas sempre podemos melhorar, já que o escorrimento superficial da água da chuva, ou seja, a água que não infiltrou, pode causar erosão na lavoura”, explica André.

Foto: Terezinha Vilk/Emater/RS

Rotação de culturas faz parte do investimento

Na propriedade de Irineu Verseletti são 100 hectares destinados à produção de grãos, em Entre Rios do Sul. Por quase quatro décadas, o produtor investiu na rotação plantando soja e milho no verão e aveia de cobertura no inverno. Com as frequentes frustrações com o milho, a rotação ficou restrita à aveia preta e soja. “Sempre conseguimos formar boa palhada no inverno, mas como a cobertura de aveia não contava com adubação, não formava raízes, comprometendo a infiltração da chuva no solo. Então passamos a investir no sorgo a cada dois anos apenas para estruturação do solo, e no inverno o trigo para cobertura e raízes, além de uma renda adicional com a colheita de grãos”, conta o produtor, que na última safra chegou aos 72 sacos de soja por hectare e a 56 sacos de trigo.

O extensionista da Emater/RS-Ascar Ernani Schneider comemorou a troca de conhecimentos durante o treinamento sobre solos, que reuniu 30 participantes: “Neste tipo de interação o produtor vê que é possível fazer melhor na sua lavoura, sem maiores investimentos, utilizando apenas o conhecimento. O treinamento permitiu que cada participante fizesse na prática a abertura da trincheira, o diagnóstico do solo e a retirada da amostra, com subsídios que vão orientar a tomada de decisão. Ele pode repetir sozinho essas práticas lá na sua lavoura”.

Abertura

Participaram da abertura do evento, o prefeito de Entre Rios do Sul, Jairo Leyter, o presidente da Câmara de Vereadores, Jandir Zuravaski, o chefe geral da Embrapa Trigo, Jorge Lemainski, o secretário municipal da Agricultura de Entre Rios do Sul, Dejacir Czarnobay, o secretário municipal da Agricultura de São Valentim, Arnaldo Roberto Putrick, o gerente adjunto do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar de Erechim, Cezar da Rosa, o produtor Irineu Verseletti. A atividade também foi acompanhada pela equipe do Escritório Municipal da Emater/RS-Ascar, integrada pelos extensionsitas Ernani Schneider e Gabrielle Pellin, e pela extensionista rural social Fernanda Tacca Angonese.

O prefeito agradeceu as parcerias da Emater/RS-Ascar, da Embrapa Trigo, da Câmara de Vereadores e aos produtores. Lemainski, em nome da Embrapa Trigo, colocou a instituição como parceira para os treinamentos. Cezar da Rosa agradeceu em nome da Emater/RS-Ascar e declarou: “o nosso diferencial é a Extensão Rural, porque fazemos de forma continuada para o produtor rural, nosso papel é apoiar e levar conhecimento ao produtor”.


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