Santa Catarina

Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais alerta para importância da testagem

As hepatites B e C são as maiores causadoras de óbitos na população catarinense dentre as hepatites virais.

Por Governo SC Publicado em 27/07/2021 16:51 - Atualizado em 31/07/2024 09:20

As hepatites B e C são as maiores causadoras de óbitos na população catarinense dentre as hepatites virais. No ano de 2020, foram registradas 56 mortes pela infecção, sendo 36 pela hepatite C e 20 pela hepatite B. No mesmo ano, também foram notificados 1.682 casos da infecção (hepatite B – 877/hepatite C – 805). No entanto, os tipos virais são evitáveis, podem ser tratados e, no caso, da hepatite C, o tratamento pode levar à cura. 

A gerente das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) Aids e Hepatites Virais da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE/SC), a médica infectologista Regina Célia Santos Valim, explica que o que mais preocupa é que as hepatites virais são doenças silenciosas, muitas vezes não apresentam sintomas. Esse desconhecimento faz com que a doença evolua no corpo do paciente, afetando cada vez mais o fígado. "O avanço das hepatites, sem o devido tratamento, pode levar a doenças graves como fibrose avançada ou cirrose, além de câncer, sendo necessária a realização de transplante de órgão. Por esse motivo, é de extrema importância que a pessoa saiba que está infectada para iniciar o tratamento o quanto antes", esclarece a médica. 

É essencial que todo cidadão realize testes para a detecção das hepatites virais pelo menos uma vez na vida. Esse é o alerta do Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, celebrado no dia 28 de julho. No caso das populações mais vulneráveis, a recomendação é que os testes sejam feitos periodicamente. 

Atualmente, existem testes rápidos para a detecção das hepatites virais que ficam prontos em menos de 30 minutos. Os testes podem ser realizados de forma gratuita nos serviços de saúde de todo o estado. 

A hepatite B não tem cura, mas pode ser prevenida com a vacinação e tratada com medicamentos disponíveis no SUS. Para a hepatite C não há vacina, mas o tratamento, também disponível no SUS, pode levar à cura. Tanto a hepatite B quanto a C, se não tratadas, podem causar hepatite aguda e crônica.

As hepatites virais (B e C)

A hepatite B é uma doença infecciosa que agride o fígado. Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), cerca de 20% a 30% das pessoas adultas infectadas cronicamente pelo vírus B da hepatite vão desenvolver cirrose e/ou câncer de fígado. As principais formas de transmissão são: relações sexuais sem preservativo com uma pessoa infectada; da mãe infectada para o filho, durante a gestação e o parto; compartilhamento de material para uso de drogas (seringas, agulhas, cachimbos); compartilhamento de materiais de higiene pessoal (lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam); na confecção de tatuagem e colocação de piercings, procedimentos odontológicos ou cirúrgicos que não atendam às normas de biossegurança; por contato próximo de pessoa a pessoa (presumivelmente por cortes, feridas e soluções de continuidade); transfusão de sangue (mais relacionadas ao período anterior a 1993).

A hepatite C é um processo infeccioso e inflamatório que pode se manifestar na forma aguda ou crônica. A hepatite crônica é uma doença silenciosa, que evolui de forma discreta e se caracteriza por um processo inflamatório persistente no fígado. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 60% a 85% dos casos se tornam crônicos e, em média, 20% evoluem para cirrose ao longo do tempo. A infecção está mais presente em pessoas com idade superior a 40 anos. As principais formas de transmissão são: contato com sangue contaminado, pelo compartilhamento de agulhas, seringas e outros objetos para uso de drogas (cachimbos); reutilização ou falha de esterilização de equipamentos médicos ou odontológicos; falha de esterilização de equipamentos de manicure; reutilização de material para realização de tatuagem; procedimentos invasivos (ex.: hemodiálise, cirurgias, transfusão) sem os devidos cuidados de biossegurança; uso de sangue e seus derivados contaminados; relações sexuais sem o uso de preservativos (menos comum); transmissão da mãe para o filho durante a gestação ou parto (menos comum).

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