Esporte
Diante de mais de 60 mil cruzeirenses, Rafael Sobis fez o último jogo de sua carreira
Atacante atuou por 25 minutos em empate por 0 a 0 com Náutico, em um Mineirão lotado.
Chegou ao fim a carreira de Rafael Sobis. Aos 36 anos, o atacante entrou em campo pela última vez. Na noite desta quinta-feira, ele defendeu o Cruzeiro no empate por 0 a 0 com o Náutico, na última rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.
O Mineirão estava lotado. Mais de 60 mil cruzeirenses foram ao estádio. Com o time sem aspirações na Série B, a despedida de Sobis e Ariel Cabral (de saída do clube) motivou o torcedor a comparecer.
Havia a expectativa de que Rafael Sobis começasse entre os titulares, mas a opção de Luxemburgo foi por Marcelo Moreno. O camisa 10, então, entrou no gramado aos 25 do segundo tempo, na vaga de Giovanni. A primeira homenagem foi do própria meia, que reverenciou o companheiro à beira do gramado.
Aos poucos, os gritos para o principal homenageado do dia tomaram conta da arquibancada. “Olê, olê, olê, Sobis, Sobis, Sobis!”. E também houve provocação ao Atlético-MG, como o atacante também gostava de fazer ao longo da passagem pelo Cruzeiro: “Não me leve a mal, o tio Sobis é maior que meu rival”.
Sobis não teve muitas chances de marcar gol em sua despedida. A única finalização explodiu em Dudu, atacante do próprio Cruzeiro. Sobis se ajoelhou, desesperado. A bola claramente ia em direção ao gol.
Após o apito final, abraços apertados nos companheiros e integrantes da comissão técnica. Mas o principal carinho veio da família. Os dois filhos do jogador entraram em campo com uma placa em homenagem ao pai. Nicholas, o mais novo, chorou e levou Sobis também às lágrimas.
Depois, Sobis beijou o gramado do Mineirão e foi em direção às arquibancadas. Como um maestro, ditou o ritmo dos torcedores, como nas noites e tardes de vitória do Cruzeiro no estádio. Como último ato, pendurou as chuteiras na corda que dá suporte à rede de um dos gols.
Antes de sair das quatro linhas, foi surpreendido. Dirceu Lopes, um dos maiores camisas 10 da história do Cruzeiro e do futebol brasileiro, entregou uma camisa com dedicatória a Rafael Sobis, que se aposentou vestindo a numeração usada por um dos grandes ídolos cruzeirenses.
"Eu não tenho nem palavras. Foi uma surpresa do maior ídolo de todos, ele se emocionando, me dando os parabéns pela minha carreira. Independentemente de fazer gols ou não, tudo que eu fiz como pessoa durante a minha carreira valeu muito a pena".
Sobis se despede da carreira de jogador de futebol com duas Libertadores (pelo Inter), duas Copas do Brasil (pelo Cruzeiro), um Brasileiro (pelo Fluminense) e uma Copa do Nordeste (pelo Ceará), entre tantos outros títulos. No Cruzeiro, onde jogou por último, disputou 177 partidas e marcou 37 gols.